A ação do Banco do Brasil (BBAS3) configura uma das melhores oportunidades no universo de cobertura da equipe de análise da Safra Corretora, e agora teve seu preço-alvo revisado de R$ 51,00 para R$ 56,00. Essa mudança reflete a atualização das estimativas, tomando como referência, agora, o final de 2021. A recomendação de compra é mantida. Considerando o preço de fechamento de 24 de agosto (R$ 33,25), o potencial de alta no período é de 68,42%.

Em relatório, os analistas Luis Azevedo e Silvio Dória explicam que o novo cenário reflete uma taxa de desconto e premissas de retorno medidas pelo ROE mais baixas. Eles acrescentam, no entanto, que os “múltiplos com desconto e grande vantagem tornam o BB uma de nossas melhores escolhas no setor financeiro”. Em linha com essa visão, a ação também faz parte da carteira recomendada de ações do Safra.

O múltiplo preço sobre lucro projetado para 2021, por exemplo, que sinaliza se uma ação está barata em comparação aos seus padrões históricos, aponta para uma relação de 5,5 vezes, significativamente abaixo de sua média dos últimos quatro anos, de 7,2 vezes.

Na avaliação dos analistas, a ação do Banco do Brasil refletiu negativamente a performance de todo o setor bancário, bem como incorporou um cenário nacional de maior risco. “Em nossa opinião, as ações devem ter um forte desempenho caso a economia brasileira retome o crescimento e as preocupações fiscais do Brasil diminuam”, afirmam.

Novas projeções

O cenário atualizado para Banco do Brasil representou pequenas mudanças nas estimativas, sem grandes alterações no quadro geral da empresa. O lucro líquido projetado para 2020, por exemplo, foi ajustado de uma queda de 25,6% para uma retração de 23,9%, aos R$ 13,6 bilhões.

Saiba mais:
> Safra Report: Confira nossa visão sobre as carteiras de investimentos em agosto
> Carteira Recomendada: Confira as ações indicadas pelo Safra para agosto
> Renda Brasil, teto de gastos e os desafios para o Orçamento de 2021 

Para 2021, o lucro projetado sofreu um decréscimo de 4,3% nas novas estimativas, para R$ 17,3 bilhões, incorporando principalmente um crescimento nas provisões para perdas com empréstimos – a expectativa é que essas provisões recuem, assim como deve ocorrer com seus pares, mas de modo gradual. Já os custos mais baixos de financiamento devem ajudar a receita líquida de juros da instituição neste ano, mas para 2021 a expectativa é de estabilidade.

Em relação à carteira de crédito, o banco deve apresentar crescimentos de 7,0% neste ano e de 5,9% no próximo, em linhas de crédito com menos spreads, como o segmento corporativo, mas as atenções devem estar voltadas para a qualidade do crédito. “Em nossa visão, o Banco do Brasil mantém um portfólio de crédito sólido e defensivo”, explicam os analistas. Eles lembram que parte relevante da carteira é destinada a créditos ao agronegócio e ao crédito consignado, que apresentam um perfil de risco menor.

Todos os dias, publicamos diversas análises dos especialistas da Safra Corretora para as empresas com ações negociadas em Bolsa. Para conferir todas as análises publicadas atualmente, clique aqui.