Todo início de mês, publicamos a Carteira Recomendada de Ações. Desta vez, a carteira do Safra tem mudanças também em seu nome e em seu escopo: mantendo sempre 10 ações no portfólio a partir deste mês de março, a carteira passa a se chamar Safra Top 10 Ações.

A carteira traz nossas principais escolhas para as ações listadas na Bolsa. Ao diminuir o número de ações recomendadas a partir de março, buscamos elevar o potencial de retorno.

Para adequar ao novo escopo, promovemos alterações que passam pelos setores de serviços financeiros – exclusão de Itaú Unibanco (ITUB4) –, siderurgia – inclusão de Gerdau (GGBR4) , shoppings – exclusão de Iguatemi (IGTA3) – e utilidades básicas – exclusão de Energisa (ENGI11).

Também aumentamos a participação em Vale (VALE3), B3 (B3SA3), Bradesco (BBDC4), Pão de Açúcar (PCAR3) e CCR (CCRO3).

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Com isso, a recomendação deste mês está distribuída entre os setores de serviços financeiros (36%), mineração (14%), petróleo (14%), consumo e varejo (13%), transportes (8%), saúde (8%) e siderurgia (7%).

Confira abaixo a Carteira Safra Top 10 Ações de março, com as explicações para cada movimentação em seguida:

Carteira Recomendada de Ações do Safra para março

Exclusão

  • Energisa (ENGI11)

Excluímos Energisa da nossa carteira recomendada seguindo um movimento de redução de ativos na carteira.

Apesar de a empresa apresentar fundamentos sólidos e boa performance operacional, acreditamos que outros papéis podem oferecer retornos mais atrativos no curto prazo.

A Energisa segue como um case interessante para investidores de longo prazo e baseamos nossa tese em: crescimento sólido do EBITDA esperado no médio prazo resultante do processo de recuperação da Ceron e Eletroacre; gestão familiar de excelência com histórico centenário de atuação no segmento de distribuição de energia e sucesso em processos de recuperação de empresas; iniciativas em braços de negócios alternativos como linhas de transmissão, geração solar e distribuída (Alsol), e a iniciativas no segmento de financeiro (Voltz).

  • Itaú Unibanco (ITUB4)

Estamos retirando Itau Unibanco da carteira recomendada deste mês por questões de alocação tática.

Enxergamos mais oportunidades de retorno em outros nomes do setor bancário no curto prazo, o que fez com que optássemos por excluir Itaú.

Porém, lembramos que ainda gostamos de ITUB4 como um case de investimento. No último mês, o banco divulgou seu guidance para 2021, com bons números, especialmente em PDD, que deve cair de R$ 30,2 bilhões para uma faixa entre R$ 21,3 bilhões e R$ 24,3 bilhões, abaixo de nossas expectativas (de R$ 26,2 bilhões).

  • Iguatemi (IGTA3)

Retiramos as ações do Iguatemi de nossa carteira, tendo em vista a possibilidade de impactos sobre as suas operações dados os efeitos do distanciamento social, fruto da segunda onda de contágio do Covid-19.

Inclusão

  • Gerdau (GGBR4)

Estamos incluindo Gerdau em nossa carteira, pois acreditamos que a companhia deve continuar a se beneficiar da demanda favorável e da reposição de estoques na cadeia, que ainda estão baixos.

Além disso, os aumentos de preço feitos ao longo do ano passado devem continuar a se refletir positivamente nos resultados.

Manutenção

  • Banco do Brasil (BBAS3)

Estamos mantendo Banco do Brasil em nossa carteira recomendada do mês de março. Apesar do ruído político (não esperamos mudanças na governança do Banco do Brasil), ainda consideramos o Banco do Brasil como nosso nome preferido no setor.

O banco encontra-se em um nível bastante atrativo em termos de valuation, com um P/L 21 de 4.9x (abaixo da média dos últimos dois anos de 6.8x e de 8.2x de seus pares) e abaixo de seu valor patrimonial (em 0.7x).

Recentemente participamos de uma reunião virtual com o CFO, Carlos André, o qual nos compartilhou os principais temas estratégicos para o ano, nos deixando mais confiantes em nossa tese, especialmente no que tange ao foco do banco em eficiência, uma agenda importante dentro do banco.

  • Bradesco (BBDC4)

Mantivemos o Bradesco em nossa carteira recomendada. O banco é um de nossos nomes preferidos no setor, pois passa por um bom earnings momentum, e seu guidance para 2021, recém divulgado, sugere que esse bom momento perdure ao longo de 2021.

  • B3 (B3SA3)

Estamos confiantes na entrega de um bom resultado neste 4T20 para B3. Por isso, estamos mantendo este nome na carteira recomendada do mês.

Os volumes de negociação (ADTV), que já estavam fortes no final de 2020, continuam fortes neste início do ano, principalmente por conta da volatilidade na Bolsa decorrente do ambiente político.

Além disso, B3 se beneficia da mudança estrutural nos juros, o que deve impulsionar o mercado de ações (~42% da receita líquida da companhia) nos próximos anos.

  • CCR (CCRO3)

Estamos mantendo CCR (CCRO3) em nossa carteira recomendada. As ações da empresa foram fortemente penalizadas em função da performance operacional negativa, influenciada pelos efeitos do novo coronavírus, com queda de volume de trafego nas concessões rodoviárias e de mobilidade (metrôs e aeroportos).

Porém, uma forte recuperação já foi verificada no volume de trafego das rodovias (~80% do seu resultado), e deve continuar influenciando positivamente os resultados da companhia nos próximos trimestres, em função da elevada alavancagem operacional.

Por fim, acreditamos que a assinatura de aditivos contratuais nas rodovias paulistas, aparentemente iminente, pode influenciar positivamente o preço das ações no curto prazo.

  • Fleury (FLRY3)

Estamos mantendo Fleury em nossa carteira recomendada devido às perspectivas positivas advindas de negócios altamente escaláveis, como a Saúde ID, que deve impulsionar o crescimento de lucros sem demandar grandes investimentos.

A plataforma de saúde centrada no consumidor, usando ferramentas digitais, análise de dados e a forte reputação médica da companhia deve impulsionar sua própria divisão principal de laboratórios, também contribuindo para uma maior utilização dos ativos existentes através da oferta de serviços como consultas médicas, day clinic e procedimentos de baixa complexidade.

Fleury atualmente negocia a 20x P/L 2021 ('8x 2022), com uma expectativa de 20% na taxa de crescimento composta de seu lucro por ação para os próximos anos

  • Vale (VALE3)

Estamos mantendo Vale em nossa Carteira Recomendada. O ambiente positivo de preços de minério de ferro favorece os resultados da empresa.

Considerando que a Vale possui um baixo nível de endividamento e não tem necessidade de investimento significativo, acreditamos que ela deva continuar a gerar um fluxo de caixa forte, que deve se traduzir em pagamentos de dividendos atrativos.

  • Petrobras (PETR4)

Estamos mantendo Petrobras em nossa Carteira Recomendada. A recente volatilidade do papel refletiu preocupação quanto a possível interferência do governo na política de preços, mas acreditamos que o conselho de administração tem ferramentas para mitigar parte deste risco, ainda que não possamos descartá-lo por completo.

Nós gostamos da empresa e do foco em geração de caixa, controle de custos, desalavancagem e concentração em ativos de águas profundas e ultraprofundas, que acreditamos que continuarão a ter um efeito positivo nos resultados da companhia.

  • Grupo Pão de Açúcar (PCAR3)

Depois de resultados recentes ofuscados pelo seu principal competidor Carrefour (CRFB3), nós esperamos ver uma boa performance da companhia no 4T20, com forte crescimento em ambos os formatos de atacarejo e multivarejo, o que deve gerar um ganho de alavancagem operacional e elevar o EBITDA da companhia.

Além do resultado positivo, nós vemos o spinoff do Assaí (que deve ser completado no final do trimestre) como um trigger positivo para o papel.

A análise de soma das partes mostra que mesmo em um cenário extremamente conservador a companhia ainda teria um upside de cerca de 16%. Como consequência, nós esperamos que o encaminhamento do spinoff destrave o valor de ambos os negócios da companhia.

  • Via Varejo (VVAR3)

Com a recente mudança de portfolio, as empresas de e-commerce tiveram um desempenho abaixo do mercado, especialmente Via Varejo.

Nós decidimos manter a ação em nosso portfolio uma vez que consideramos Via Varejo nossa top pick do setor de varejo devido ao seu valuation descontado.

Hoje a Via Varejo está sendo negociada a 0,7x EV / GMV, que se compara a 2,5x EV / GMV de Magazine Luiza. Esperamos que essa lacuna se feche à medida que a Via Varejo mostre a evolução de seu ecossistema digital.