A previsão do Safra para os balanços do setor financeiro no Brasil é de resultados positivos para a maioria dos bancos no quarto trimestre, acompanhados de alguns sinais de melhora para as seguradoras, uma recuperação da Cielo e um leve aumento no resultado da B3.

Os bancos devem apresentar bons resultados nas operações de crédito, com forte volume e boa qualidade. O crescimento do volume de crédito de dois dígitos deve sustentar uma melhoria decente na renda líquida com juros (NII) para os bancos.

Um ponto de atenção deve ser a pressão inflacionária sobre as despesas operacionais, que devem refletir todo o impacto do reajuste salarial realizado no último mês de setembro.

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O Itaú Unibanco deve apresentar bons resultados, com aceleração no crescimento da receita líquida de clientes. Estimamos lucro líquido em R$ 6,823 bilhões (+26,6% A/A), com rentabilidade (ROAE) de 19%.

O Bradesco também deve apresentar um bom resultado, com forte NII com clientes e recuperação da divisão de seguros. O lucro líquido deve atingir R$ 7,0 bilhões (+2,8% A/A), com ROAE de 18,5%.

O Santander deve apresentar resultados positivos, mantendo o maior ROAE do setor. O lucro líquido do Santander deve ser semelhante ao do trimestre anterior (R$ 4,3 bilhões, +12,1% A/A), representando um ROAE de quase 22%.

O Banco do Brasil, por sua vez, deve reportar mais um bom trimestre, cumprindo seu guidance revisado para o ano. No entanto, o balanço pode não ser tão forte quanto o do terceiro trimestre, devido à alta base comparativa, quando os resultados foram impulsionados pela Tesouraria.

O resultado do BTG Pactual deve confirmar um ano de destaque para o mercado de capitais brasileiro. Esperamos que as receitas e lucros totais do BTG cresçam acima de 20%, mas não tão fortemente quanto no terceiro trimestre.

Já o Banco Pan, controlado pelo BTG, deve continuar com forte desempenho de volume de crédito e captação de clientes.

Fora do setor bancário, BB Seguridade deve ser o destaque, combinando volumes robustos de prêmios e normalização da sinistralidade na divisão de seguros, enquanto os resultados financeiros da Previdência também devem melhorar.

A Porto Seguro deve manter seus resultados operacionais pressionados devido ao aumento de sinistralidade no segmento de automóveis, ofuscando o bom crescimento da receita e levando seu lucro líquido ajustado a cair 33% A/A.

Os resultados da B3 devem ser neutros, com crescimento anual médio de um dígito no lucro recorrente, mas ligeira queda na margme, pela redução das receitas com ações listadas.

Os resultados da Cielo devem reforçar sua trajetória de recuperação atribuída a melhores volumes transacionados nas duas divisões, Cateno e Cielo Brasil. Por outro lado, o resultado financeiro deve mitigar parte do aumento do EBITDA.

O IRB Brasil RE deve continuar apresentando resultados fracos, com sinistros ainda elevados sugerindo que o turnaround da companhia deve demorar mais para se concretizar.

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