Em meio à maior crise já experimentada pelas economias ao redor do mundo, e com a retomada das atividades envolta em grandes incertezas por conta da própria característica da pandemia que a desencadeou, os estrategistas Jorge Sá e Tatiana Gomes explicam em relatório especial publicado nesta quarta-feira que uma certeza existe: o cenário de juros baixos veio para ficar por um bom tempo.

Ao elucidar como chegamos ao cenário atual, eles lembram que nas economias desenvolvidas, que já conviviam com juros estruturalmente baixos especialmente desde a crise de 2008, o esforço para combater a crise do Coronavírus incluiu estímulos fiscais e uma nova rodada de estímulos monetários, de acordo com as possibilidades de cada país.
 
No Brasil, sob a perspectiva da maior contração do PIB já registrada em um ano, o governo interrompeu a trajetória de ajuste fiscal para direcionar recursos para as famílias com maior risco de serem afetadas pela recessão, enquanto o Banco Central aprofundou o afrouxamento monetário em curso desde junho passado, trazendo a taxa Selic para níveis cada vez mais reduzidos. O atual patamar de 2,25% ao ano, definido na reunião do Copom de junho, tende a continuar a ser reduzido na próxima reunião.

Juros a 2% ao ano

De acordo com as projeções do Departamento de Macroeconomia do Safra, a Selic deve chegar a 2% a.a. na reunião de agosto, patamar que tende a ser mantido pelo menos até o final de 2021. Em um ambiente de forte contração da atividade econômica este ano, com recuperação moderada esperada para os próximos, a inflação também tende a se manter em níveis historicamente baixos, mesmo no atual ambiente de maior pressão cambial, permitindo os cortes adicionais de juros.
 
Frente à expectativa de juros reais extremamente baixos ou mesmo negativos nos meses adiante (o cenário da Selic atingindo 2% se contrapõe a uma expectativa para o IPCA de 1,6% ao final deste ano e de 3,1% em 2021, também segundo as projeções do Departamento Econômico do Safra), o investidor brasileiro passa a se confrontar com uma realidade bastante conhecida pelos investidores estrangeiros: a necessidade de se ampliar os riscos dos investimentos para garantir melhores retornos do que a taxa básica de juros, ou então ver seu magro rendimento ser consumido pela própria inflação.

Confira o relatório especial de juros baixos na íntegra e saiba como investir neste novo cenário.

Nossos estrategistas Jorge Sá e Tatiana Gomes ainda comentam o relatório em mais detalhes em nossa live, nesta quarta-feira, às 17h. Acompanhe a live por aqui.