Com a temporada de balanços corporativos do segundo trimestre chegando ao fim, o time de analistas da Safra Corretora conduziu um estudo sobre as principais empresas do mercado e concluiu que os números, no período mais crítico da crise do novo coronavírus, surpreenderam com um desempenho melhor que as projeções pessimistas para o trimestre.

Depois de analisar no detalhe mais de 70 empresas listadas na Bolsa, nossos especialistas encontraram que 42,5% delas obtiveram resultados acima das nossas projeções. Outras 17,8% vieram em linha com o esperado, e 39,7% divulgaram balanços piores do que o estimado.

Esses são números melhores do que no início do ano, quando mais da metade dos balanços corporativos frustraram as projeções.

Ao analisar as principais linhas dos balanços, as receitas das empresas ficaram 0,8% acima das projeções, enquanto o lucro líquido superou em 1,7%. O Ebitda, medida equivalente à geração de caixa das empresas, mostrou um resultado 6,9% melhor do que o esperado.

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Isso não significa, no entanto, que o trimestre foi de números fortes. Todas as principais linhas dos balanços apresentaram queda na comparação com balanços anteriores, afetados por um trimestre de distanciamento social nas principais capitais brasileiras. Na comparação ano contra ano, a receita das empresas caiu 11,8%, o Ebitda recuou 5,4% e o lucro apresentou queda de 31,4%.

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Desempenho por setor

As surpresas positivas do trimestre ficaram por conta dos setores de Utilidades básicas, Siderurgia e Mineração e Varejo.

  • Utilidades básicas: destaque para o crescimento do Ebitda nas empresas de geração de energia. As companhias de transmissão de energia foram, na avaliação dos nossos analistas, pouco afetadas pela pandemia, por conta do caráter defensivo do negócio. Já as distribuidoras de energia tiveram queda no Ebitda, mas em um patamar próximo do esperado.
     
  • Siderurgia e Mineração: as mineradoras surpreenderam positivamente por conta dos elevados preços de minério de ferro e o câmbio depreciado. Algumas siderúrgicas, como a Gerdau e a CSN, conseguiram aproveitar oportunidades de exportação, apesar do fraco volume de vendas.
     
  • Varejo: segundo nossos especialistas, surpresa positiva ocorreu por conta da boa performance dos supermercados e do excelente crescimento no e-commerce.

Na outra ponta, o setor de Concessões, principalmente a CCR, e o setor de Transportes de um modo geral, aparecem como destaque negativo do trimestre

Nesta análise por setor não foram consideradas as empresas de aviação, devido ao forte impacto da pandemia, bem como os balanços de Petrobras e Eletrobras, que sofreram influência relevante de itens não-recorrentes.

Na tabela abaixo, à esquerda mostramos os desvios positivos ou negativos em relação às projeções do time da Safra Corretora. À direita, a imagem revela o desempenho dos balanços na comparação com os números do segundo trimestre de 2019. Confira:

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