Estamos revisando o nosso preço-alvo para o Ibovespa de 145 mil pontos para 121 mil pontos em 2021, após incorporarmos uma condição macroeconômica mais desafiadora no âmbito político, fiscal e da atividade.

Em um cenário econômico mais desafiador, agravados pela alta persistente da inflação, corroborando com premissas de juros mais elevados do que esperávamos anteriormente e crescimento econômico menor, elevamos as premissas de taxa de desconto e reduzimos as expectativas de crescimento de lucro para os próximos anos. Assim, passamos a ter uma avaliação mais conservadora para a bolsa brasileira.

Destacamos que em comparação com nossa última revisão em junho, durante esse período, nós elevamos a estimativa da Selic e o IPCA e reduzimos nossa projeção para o PIB, já que uma inflação mais elevada tende a corroer o poder de compra das pessoas, reduzindo o consumo, e incertezas relacionadas ao equilíbrio fiscal dificultam o andamento das reformas estruturais necessárias para a melhora do ambiente de negócios.

Acreditamos que a crise hídrica também é outro fator de risco a ser monitorado no ambiente doméstico.

Por fim, considerando que o preço das commodities foi um grande impulsionador de resultados em 2021 para algumas empresas com peso representativo no índice, a recente queda no preço das matérias-primas e receios de uma maior desaceleração do crescimento econômico chinês são fatores que podem afetar a dinâmica de lucros para o Ibovespa nos próximos anos.

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Ibovespa em 2022
Estamos revisando também o preço-alvo para final de 2022 de 162 mil pontos para 144 mil pontos . Trabalhamos com uma expectativa de múltiplo mais baixo do que o anteriormente esperado e abaixo da média histórica (11,0x).

Cenário consequente de um incremento de premissas de risco em nossa taxa de desconto, e uma leve redução de percepção de crescimento de lucro, dado que a normalização no preço das commodities e a desaceleração do crescimento local, pelos fatores citados acima, ainda levarão a uma queda do lucro do Ibovespa em 2023.

No front internacional, acompanhado da recuperação da atividade econômica mundial, começaram as discussões sobre o início do aperto monetário nas principais economias desenvolvidas, com os EUA.

O Fed vem tentando identificar o melhor momento para a redução da compra mensal de títulos, o que acreditamos que deve ocorrer entre novembro e dezembro deste ano. Na China, após uma redução de estímulos e uma maior regulamentação da economia, a atividade econômica do país vem desacelerando mais rápido que o esperado neste segunda semestre, o que tem colocado pressão sobre as commodities, especialmente as metálicas, que representam 44% do LPA estimado para o Ibovespa em 2023.