O Fed (Federal Reserve), banco central americano, anunciou nesta quarta-feira,16, um aumento de 0,25% na taxa básica de juros do país, ficando no patamar entre 0,25% e 0,50% ao ano.

A postura adotada pelo Fed é explicada pela inflação no país, que atingiu níveis que não eram vistos há décadas, junto da melhora no mercado de trabalho, que permite a retirada das políticas expansionistas implementadas na pandemia.

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Esse cenário traz desafios para os mercados globais, por conta da segurança que a economia americana oferece. Com uma maior taxa de juros, os Treasuries, títulos de renda fixa americanos, ficam mais atrativos, reforçando o fluxo de investimentos para os EUA.

Com isso, a tendência é ocorrer um fortalecimento do dólar. Nesse sentido, um dos pontos de atenção para as economias emergentes é a depreciação do câmbio, que pode gerar pontos de pressão inflacionária.

Para arrefecer esse impacto, um desdobramento comum é que os demais países ajustem as suas taxas com base no diferencial de juros em relação aos EUA, sustentando a demanda por seus próprios títulos.

Mas vale ponderar que o diferencial de juros não é o único fator de risco analisado nessa dinâmica. No Brasil, por exemplo, o principal objetivo da política monetária é o controle da inflação.

Temos observado neste início de 2022, inclusive, uma grande depreciação do dólar no Brasil, um resultado principalmente da forte entrada de recursos em busca de ativos ligados a commodities.

De qualquer forma, o aumento de juros pelo Fed tende a pressionar os ativos de risco, que enfrentam uma concorrência mais importante da maior rentabilidade dos investimentos de renda fixa por lá.

Vale ressaltar também que, com os juros mais altos, o crédito fica mais caro, afetando a capacidade de investimentos das companhias e de consumo das famílias.