A Petrobras reportou ontem uma perda líquida de R$ 2,7 bilhões, abaixo da projeção da Safra Corretora, que previa perda de R$ 5,7 bilhões.

O resultado teve forte impacto de itens não recorrentes, dos quais nossos analistas destacam que o mais significativo foi o resultado da exclusão do ICMS do cálculo dos impostos de PIS/Cofins (R$ 10,9 bilhões). Ajustando por esse efeito, eles lembram que o prejuízo líquido seria de R$13,7 bilhões no trimestre.

Por outro lado, pressionou o período o provisionamento referente aos planos de demissão voluntária e às despesas relacionadas ao hedge de commodities e de exportações de petróleo.

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A estatal reportou um Ebitda ajustado de R$ 25 bilhões no segundo trimestre, uma queda de 23% na comparação com o mesmo período de 2019, que inclui itens não recorrentes de mais de R$ 7 bilhões. O Ebitda recorrente de R$17,7 bilhões ficou 13% acima da previsão da Safra Corretora e 15% acima das estimativas de consenso.

O trimestre foi significativamente impactado pelos efeitos da pandemia, ressaltam nossos especialistas. Os preços do Brent caíram 42% no trimestre e a demanda por derivados de petróleo recuou 8%, levando a receita trimestral a um patamar 33% menor no trimestre.

O Ebitda ajustado do segmento de exploração de petróleo de R$ 20,9 bilhões foi 36% menor na comparação trimestral, como resultado dos menores preços do petróleo, parcialmente compensados por uma queda nos custos de extração que caíram 16% no trimestre, principalmente devido ao real mais fraco e à interrupção da produção em campos de água rasa.

Sobre as ações da Petrobras, a recomendação da Safra Corretora é de compra, com preço-alvo para o fim de 2020 em R$ 27,20 para os papéis ordinários (PETR3) e R$ 26,10 para os preferenciais (PETR4).