Com a piora inesperada da inflação nos Estados Unidos, tanto o Ibovespa, quanto o S&P 500 acumularam baixas de 5% na última semana.
Na sexta-feira, o índice CPI acelerou para 1% em maio, chegando a 8,6% em 12 meses. O resultado representa o maior nível em mais de 40 anos, contrariando as expectativas de que o pico da inflação americana já tivesse sido atingido.
O comportamento desfavorável se estendeu ao núcleo do índice, que exclui itens mais voláteis de energia e alimentação.
Nesse contexto, as taxas do Tesouro americano saltaram e o dólar subiu contra as principais divisas.
Aqui no Brasil, a moeda americana voltou a se aproximar da marca de cinco reais.
Como já explicamos, a razão de toda essa cautela é a perspectiva de que o Fed terá que tomar medidas duras para conter a inflação no país, algo que pressiona os ativos de renda variável e aumenta as chances de uma recessão econômica por lá.
A economia brasileira voltou a surpreender positivamente. Desta vez foram as vendas do varejo em abril que cresceram acima do esperado, com alta de quase 1% ante março.
O bom desempenho foi puxado pelo comércio de roupas e calçados, bem como de móveis e eletrodomésticos.
Quanto aos próximos dias, teremos uma semana mais curta, mas de extrema importância para os investidores.
O destaque é a chamada super quarta, que terá anúncios de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o mercado não enxerga espaço para grandes surpresas, de modo que são as sinalizações sobre os próximos passos do Copom que devem estar no centro das atenções.
Já a decisão do Fed está cercada de mais incertezas. A maior parte do mercado segue esperando um novo aumento de meio ponto percentual.
Mas, como os últimos dados de inflação vieram bastante desfavoráveis, já começam a ganhar força previsões de elevação de 0,75 ponto.
Outra frente que iremos acompanhar é o andamento do limite do ICMS cobrado sobre combustíveis e energia elétrica.
A proposta já foi aprovada pela Câmara dos Deputados e deve começar a ser votada hoje no Senado.