Ontem, o Ibovespa chegou a retomar com folga a marca de 100 mil pontos, mas perdeu fôlego na segunda metade da sessão e fechou em leve baixa.

O indice foi pressionado principalmente pela desvalorização da Petrobras. A política de preços da estatal continua a ser questionada em Brasília, e, desta vez, entrou no radar do mercado uma possível medida provisória que alteraria a Lei das Estatais.

Trata-se da regra que estabelece uma base para que os administradores ajam no melhor interesse das empresas públicas.

Ainda não está claro o que o governo mudaria, mas é um sinal negativo não apenas para a Petrobras, mas para as estatais em geral, que poderiam ficar mais sujeitas a interferências políticas.

Outro destaque de ontem foi a divulgação da Ata do Copom. No documento, o Banco Central mostrou acreditar que apenas manter a Selic em 13,25% ao ano não iria assegurar a convergência da inflação para a meta.

E além de entender que a Selic precisaria subir ainda mais um pouco, a instituição indicou que será preciso mantê-la em níveis bastante restritivos por mais tempo do que a maior parte do mercado previa.

Para o Safra, a ata aumenta a probabilidade de que a próxima alta seja de meio ponto percentual. Mas esperamos que seja a última do ciclo.

 

No exterior, as bolsas americanas tiveram um dia de recuperação. Os principais índices do país subiram mais de 2%, com destaque para os ganhos de papéis do setor de tecnologia e energia.

Na parte de indicadores, o mercado imobiliário perdeu fôlego pelo quarto mês seguido nos Estados Unidos, segundo os dados conhecidos ontem.

Essa é uma frente monitorada com atenção pelo mercado, por apontar um dos reflexos do aperto monetário do Fed sobre a economia americana.

As taxas da hipoteca de 30 anos, por exemplo, a referência de financiamento imobiliário por lá, já se aproximam de 6% ao ano.

Apesar disso, os preços dos imóveis saltaram para o maior nível da série histórica, iniciada em 1999, já que a oferta de residências segue distante do nível considerado de equilíbrio.

Na agenda de hoje, a expectativa é grande para o discurso do presidente do Fed.

Jerome Powell participa nesta manhã de audiência no Senado, e pode trazer novas informações sobre os planos do banco central americano para conter a inflação no país.