O Ibovespa encerrou o último pregão bem acima dos 105 mil pontos, atingindo o maior nível em quase dois meses.

Com a sinalização de que o ciclo de aperto monetário no país chegou ou está bem perto de chegar ao fim, o índice foi liderado por ações que vinham sendo mais penalizadas pelos aumentos de juros, como as do setor imobiliário e de e-commerce.

Já no exterior, as bolsas perderam um pouco de ímpeto, à espera de dados importantes previstos para esta sexta-feira.

O principal evento ontem lá fora foi o aumento de meio ponto percentual na taxa básica de juros do Reino Unido, para 1,75% ao ano.

O movimento já era esperado pelo mercado, de modo que ganhou destaque a preocupação do Banco da Inglaterra com a atividade econômica.

A instituição alertou que a região caminha para entrar em uma recessão a partir do quarto trimestre e que deve se estender pelo ano que vem. Um dos principais motivos é a inflação, que em breve deverá atingir variação anual de 13%, segundo a autoridade, pressionando o consumo das famílias.

Apesar da perspectiva desfavorável para o PIB, o Banco da Inglaterra optou por acelerar o ritmo do aperto monetário para evitar que choques externos, como a redução do fornecimento de gás russo, se disseminem pelo resto da economia.

No noticiário interno, a Petrobras anunciou uma baixa de cerca de 3,5% no preço do diesel para as distribuidoras. A medida já vale a partir de hoje, sendo a primeira diminuição do combustível desde maio de 2021.

A estatal, que já havia reduzido na semana passada o preço da gasolina, informou que o movimento mais uma vez está em linha com as cotações do mercado internacional.

Na agenda de hoje, os investidores monitoram com bastante atenção os dados oficiais sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.

O consenso de mercado prevê estabilidade na taxa de desemprego em julho, acreditando também que a criação mensal de postos tenha enfim ficado abaixo de 300 mil.

A expectativa é alta em relação à moderação do emprego por lá, um processo necessário para trazer a inflação do país para perto da meta.

Porém, números muito mais fracos poderiam alimentar os temores de uma recessão na maior economia do mundo, enquanto dados aquecidos demais tenderiam a encorajar o Fed a prolongar o seu ciclo de aumentos de juros.

Lembrando que o banco central americano tem evitado fornecer sinais mais claros sobre os seus próximos passos, colocando maior ênfase no conjunto de indicadores que estará disponível a cada reunião.