As incertezas em relação ao crescimento global levaram o Ibovespa a operar na casa dos 96 mil pontos pela primeira vez desde 2020. No entanto, o índice conseguiu reduzir as baixas nas últimas horas da sessão, fechando aos 98 mil pontos.

Contribuiu para isso a melhora observada nos Estados Unidos, liderada pelas ações do setor de tecnologia, o que levou o índice Nasdaq a encerrar em alta de mais de 1%.

De todo modo, os negócios foram afetados ontem pelo forte recuo dos preços do petróleo. O barril de Brent, que serve de referência para o mercado global, perdeu quase 10%, voltando a operar perto dos 100 dólares.

Já o WTI, que é mais utilizado no mercado americano, ficou abaixo dessa marca pela primeira vez em quase dois meses.

O cenário de oferta mais restrita da commodity se mantém, mas a reação de ontem está relacionada a um possível enfraquecimento significativo da demanda, em caso de recessão de grandes economias.

Com isso, as ações da Petrobras sofreram uma firme correção ontem, um comportamento também observado em outras gigantes do setor, como Shell e BP.

Aqui no Brasil, a produção industrial apresentou expansão de 0,3%, na passagem de abril para maio.

O resultado veio melhor do que o esperado pelo Safra, sendo o quarto mês seguido de alta. O setor, porém, permaneceu abaixo do nível pré-pandemia.

A principal surpresa em relação à nossa estimativa foi o crescimento do grupo de bens de consumo não duráveis. Outro destaque positivo foi a categoria de bens de capital.

Entre as atividades, a produção de maio foi puxada pelas máquinas e equipamentos, bem como pela fabricação de veículos.

Quanto à agenda desta quarta-feira, o mercado aguarda a ata da reunião de política monetária do Fed.

O documento será conhecido nesta tarde, trazendo as discussões do banco central americano que resultaram na decisão do dia 15 de junho.

A expectativa é que se possa entender melhor até quando as altas mais intensas de juros devem ocorrer nos Estados Unidos, assim como o impacto esperado pela instituição sobre a atividade econômica.