Mais uma vez, o Ibovespa abriu em baixa, mas conseguiu virar para o campo positivo ao longo dos negócios. Também observamos oscilações nos Estados Unidos, mas que não impediram o S&P 500 de alcançar a terceira sessão de firme avanço.

Já no mercado de câmbio, o dólar operou acima de R$ 5,50 pela primeira vez desde janeiro, um movimento de valorização da moeda americana que também ocorreu em outros países.

Na frente fiscal, dados divulgados ontem mostraram novo crescimento da arrecadação federal de impostos no país.

Como esperado pelo Safra, a receita de junho foi de R$ 181 bilhões, fechando o melhor primeiro semestre da série histórica.

O desempenho do mês foi impulsionado novamente pelo imposto sobre o lucro de empresas do setor de combustíveis. Além disso, houve recolhimento do come-cotas sobre fundos de renda fixa.

É importante lembrar que a previsão do Safra é de desaceleração da arrecadação, em razão do menor fôlego da atividade econômica. E que o saldo esperado das contas públicas no ano tem diminuído, em função dos aumentos de gastos e cortes de impostos promovidos recentemente.

Lá fora, o último pregão foi marcado pelo aumento de juros do Banco Central Europeu. A alta de meio ponto percentual nas taxas de referência não estava fora do radar do mercado, mas a expectativa que predominava era de um aperto mais moderado.

É o movimento mais agressivo da instituição desde o começo da circulação do euro, encerrando uma era de taxas praticamente zeradas ou até mesmo negativas.

A autoridade monetária sinalizou novas altas nas próximas reuniões, mas deixou de utilizar a ferramenta de forward guidance, colocando maior peso nos dados que estarão disponíveis a cada decisão.

O banco também criou um instrumento para evitar que o ciclo de aperto seja muito mais restritivo aos países mais vulneráveis da Zona do Euro. Um foco de preocupação é a Itália, especialmente após a renúncia do primeiro-ministro, Mario Draghi.

Também existem incertezas a respeito do fornecimento de energia na região, mas que foram mitigadas ontem, pelo menos no curto prazo, pela reabertura do gasoduto Nord Stream.

Quanto à agenda desta sexta-feira, o mercado repercute a prévia de julho dos índices de atividade no setor privado europeu e americano. A expectativa dos analistas é que os números apontem mais um mês de baixa no ritmo econômico.