O Ibovespa retomou nesta semana o nível pré-crise. Com alta acumulada de 2,9% em cinco sessões, o índice subiu aos 113.750 pontos, acima do nível observado logo antes do Carnaval, em fevereiro.

A expectativa pelo início da vacinação em alguns países deu força nos últimos dias principalmente às ações mais castigadas pela pandemia, como Gol, Azul, Embraer e CVC, que somaram altas de dois dígitos na semana.

No mercado cambial, o dólar comercial fechou a R$ 5,12, na sua terceira semana seguida de baixa. A moeda americana acumulou queda de 3,8%.  No ano, porém, ela ainda sobe quase 30% contra o real.

Sobre as vacinas, a Pfizer trouxe um pouco de preocupação ao cortar pela metade seu suprimento de vacinas anti-Covid em 2020, mas o Reino Unido deve começar a aplicar em sua população a vacina já na semana que vem.

Nos Estados Unidos, as negociações por novos estímulos econômicos continuam sendo monitoradas. Um projeto bipartidário de US$ 908 bilhões foi apresentado, mas não conta com o apoio do atual governo. Por lá, todos os índices tiveram alta semanal, com destaque para o Nasdaq, que avançou 2,2%.

Internamente, o destaque foi a série de dados econômicos divulgados ao longo da semana, em especial o PIB do país no 3º trimestre. Relembre a seguir alguns.

Indústria segue em crescimento

O Banco Central anunciou nesta semana o primeiro superávit nas contas públicas desde janeiro. O resultado primário do setor público consolidado foi de quase R$ 3 bilhões em outubro.

Já a balança comercial registrou superávit de US$ 3,7 bilhões em novembro. Com um forte recuo nas exportações agrícolas, em especial da soja, o saldo veio abaixo das projeções do mercado e de nossos especialistas.

E também foi anunciado na semana o sexto mês seguido de crescimento da indústria. A produção subiu 1,1% em outubro ante setembro. Para o próximo mês, nossos especialistas esperam mais um avanço em torno de 1%.

PIB no 3º trimestre

A economia brasileira cresceu 7,7% do segundo para o terceiro trimestre. Ainda que o resultado tenha ficado um pouco abaixo da estimativa de nossos economistas, essa foi a maior alta do PIB desde o início da série do IBGE, em 1996.

Os números confirmaram a visão construtiva da equipe de Macroeconomia do Safra para o próximo ano, quando o país deve crescer 4,5%.

Pelo lado da oferta, houve queda no 3º trimestre apenas na agropecuária, que não sofreu o choque da crise no trimestre anterior. Já a indústria teve a recuperação mais rápida, subindo quase 15%.

A construção civil não cresceu em ritmo tão forte quanto se esperava, mas, olhando à frente, nossa equipe acredita que o segmento ainda deve impulsionar a economia do país, beneficiado pelo baixo nível das taxas de juros.

O setor de serviços, por sua vez, subiu mais de 6%, puxado pelas atividades de Comércio e de Transportes, que viveram uma rápida retomada com a flexibilização do distanciamento social.

Pelo lado da demanda, o destaque foi a elevação de 7,6% no consumo das famílias, reflexo do auxílio emergencial, que foi mais do que suficiente para compensar a queda na renda do trabalho, segundo nossos especialistas.

Energia e inflação

Nosso time também fez um novo ajuste no cenário de inflação. A expectativa agora é por um aumento de 1,3% no IPCA de dezembro, levando o índice a fechar o ano com alta de 4,4%.

Isso porque a decisão da Aneel aplicou em dezembro a bandeira vermelha em patamar 2, o mais oneroso para os consumidores. O custo extra será de R$ 6,24 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.

Carteiras recomendadas

O time de análise da Safra Corretora apresentou nesta semana as suas empresas favoritas para investir no mês de dezembro. Na Carteira Recomendada de Ações, a principal movimentação foi a retirada de BB Seguridade.

Já a Carteira de Dividendos, que tem um perfil de investimento mais defensivo na Bolsa, não sofreu alteração. A estimativa de nossos especialistas é que esse portfólio deve gerar um pagamento de 4,8% em rendimentos no ano que vem.

E para quem deseja investir em empresas estrangeiras, o principal ajuste em nossa Carteira de BDRs foi a ligeira redução na varejista Dollar General, abrindo espaço para um aumento no banco J.P. Morgan.