O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, reduziu nesta quarta-feira a taxa Selic de 3% ao ano para 2,25% ao ano, no patamar mais baixo desde o início da série histórica. A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, e qualquer mudança nela impacta o rendimento de alguns dos investimentos mais populares no país, como a poupança e os CDBs.

Esse cenário de juros baixos é até mais acentuado em países desenvolvidos, onde os bancos centrais têm levado suas taxas básicas para perto de zero como uma forma de estimular a economia.

A mudança nos níveis de juros exige uma adaptação do investidor brasileiro, que historicamente esteve acostumado com ganhos de dois dígitos na renda fixa. No vídeo abaixo, Luiz Zordan, estrategista do Banco Safra, fala sobre como buscar novas oportunidades de investimentos, e saber também como planejar suas decisões financeiras tendo em vista esse novo cenário.

Como investir em uma economia de juros baixos

Zordan explica que a taxa de juros brasileira passou um longo período em alta, superando os 20% há duas décadas. Em 2016, quando o período de baixa começou, a Selic estava acima de 14%. O especialista aponta que a principal consequência disso é a memória econômica do investidor, que se acostumou com retorno elevado, liquidez imediata e risco baixo, sem aprender a fazer um planejamento financeiro efetivo.

Entender quais são suas necessidades financeiras, ter um bom equilíbrio entre despesas e capacidade de poupança e separar seus objetivos por prazo são etapas cruciais, segundo Zordan.

A Selic em baixa trouxe a necessidade de voltar para o básico das finanças pessoais, aponta Zordan. O cenário de alta anterior proporcionava produtos que atingiam objetivos bastante amplos, que funcionavam desde reserva de emergência até construir uma aposentadoria, explica o especialista. Hoje, isso não é mais uma realidade.

Zordan explica que o cenário atual demanda a necessidade de escolher entre duas dessas três características. Com alto retorno e liquidez imediata, o especialista dá como exemplo as ações, já com alto retorno e baixo risco, as operações estruturadas, indica.

Ele acredita que o novo cenário demonstra ainda mais a importância dos analistas e assessores de investimentos, já que um planejamento financeiro de qualidade se torna primordial. Zordan ressalta que ter o auxílio e o preparo técnico que um profissional de investimentos possui na hora de escolher os melhores produtos para o seu portfólio é muito importante, em especial para entender como distribuir os recursos de acordo com o prazo de seus objetivos, sem perder rentabilidade e segurança.