Enquanto os setores de varejo e indústria vêm demonstrando recuperação rápida — com o varejo registrando o melhor julho desde o início da série histórica e a indústria surpreendendo em sua recuperação  —, o setor de serviços tem resultados mais tímidos e segue sendo a maior dúvida na recuperação da economia, de acordo com o time de Macroeconomia do Safra.

Nesta sexta-feira, 11, o IBGE divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de julho, revelando que o volume de serviços cresceu 2,6% entre junho e julho.

Apesar de esse ser o segundo resultado positivo depois uma sequência de quatro leituras negativas entre fevereiro e maio, o acumulado do ano ainda mostra queda de 8,9% para o setor. Quando comparado a julho de 2019, a retração é de 11,9%, resultado pior que o recuo de 10% projetado pela nossa equipe de Macroeconomia,.

Com a divulgação dos dados de serviços, os principais indicadores da atividade econômica de julho já estão disponíveis. Para nosso time de Macroeconomia, no entanto, ao analisar este dado em conjunto com os indicadores econômicos na indústria e no varejo, o mês de julho confirma a expectativa de início de recuperação gradual no crescimento econômico do país. 

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Destaques do mês

O crescimento de julho se espalhou por todo o país, com 20 das 27 unidades da federação obtendo resultados positivos, sendo o Distrito Federal (+5,2%) e o Rio de Janeiro (+3,3%) dois dos principais contribuintes.

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Por outro lado, apesar de o crescimento ter ocorrido em quatro das cinco atividades analisadas pela PMS,  este aumento ainda não foi suficiente para cobrir as perdas do início do ano. 

A única atividade da categoria que não cresceu em julho na comparação com junho foram os "Serviços Prestados às Famílias", com queda de 3,9% e, segundo nossos analistas, foi a surpresa negativa do indicador. Nossos especialistas lembram que essa é a categoria mais sensível às medidas de distanciamento social —  ela configura, também, a atividade no menor nível entre todas, acumulando perdas de 54,9% na variação ano contra ano.

Já na comparação com julho de 2019, apenas uma categoria cresceu: a de "Outros Serviços". O avanço de 4,1% foi impulsionado pelo aumento de receita das corretoras de títulos e valores mobiliários, administração de bolsas e mercados de balcão organizados e atividades de administração de fundos por contrato ou comissão, de acordo com o IBGE.

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