Na sexta-feira, o Ibovespa e as bolsas dos EUA subiram e deram um alivio para uma semana que havia penalizado bastante os investidores. No fechamento do mês, a bolsa brasileira e as norte-americanas, tiveram seu pior desempenho do ano em setembro.

Porém, no primeiro dia de outubro, o Ibovespa seguiu o cenário externo e teve uma sessão de ganhos, voltando ao patamar dos 112 mil pontos. Os mercados reagiram ao anuncio de uma nova medicação oral contra a Covid-19 pela farmacêutica Merck. Com isso, a bolsa brasileira amenizou as perdas e fechou a semana com queda de 0,34%.

A crise da incorporadora Evergrande, a sinalização de redução do programa de estímulos do Fed e o possível aumento de juros nos EUA, foram temas que estiveram no radar dos investidores e que colocaram pressão no preço dos ativos na última semana.

O mercado segue preocupado também com o ritmo mais lento de crescimento da economia da China.  

No mercado interno, a alta da Selic e o avanço da inflação também preocuparam os investidores.

Na agenda de indicadores desta semana, destaque para a divulgação do IPCA, Produção Industrial e vendas no varejo no Brasil.

No exterior, o destaque é o relatório de emprego nos EUA.

Estamos reduzindo nosso target do Ibovespa para 121 mil pontos em 2021 e 144 mil pontos em 2022, após incorporarmos uma condição macroeconômica mais desafiadora no âmbito político, fiscal e da atividade.

Em um cenário econômico mais desafiador, agravados pela alta persistente da inflação, corroborando com premissas de juros mais elevados do que esperávamos anteriormente e crescimento econômico menor, elevamos as premissas de taxa de desconto e reduzimos as expectativas de crescimento de lucro para os próximos anos. Assim, passamos a ter uma avaliação mais conservadora para a bolsa brasileira.

Destacamos que em comparação com nossa última revisão em junho, durante esse período, nós elevamos a estimativa da Selic e o IPCA e reduzimos nossa nossa projeção para o PIB, já que uma inflação mais elevada tende a corroer o poder de compra das pessoas, reduzindo o consumo, e incertezas relacionadas ao equilíbrio fiscal dificultam o andamento das reformas estruturais necessárias para a melhora do ambiente de negócios.

Acreditamos que a crise hídrica também é outro fator de risco a ser monitorado no ambiente doméstico.

Por fim, considerando que o preço das commodities foi um grande impulsionador de resultados em 2021 para algumas empresas com peso representativo no índice, a recente queda no preço das matérias-primas e receios de uma maior desaceleração do crescimento econômico chinês são fatores que podem afetar a dinâmica de lucros para o Ibovespa nos próximos anos.