Segundo o relatório oficial de emprego dos Estados Unidos, o país criou 210 mil vagas em novembro, substancialmente abaixo das expectativas, em torno de 550 mil vagas.

A pesquisa indicou menor geração de emprego na maioria dos setores, especialmente de lazer, hospitalidade e transportes. O relativamente pequeno número de questionários respondidos no mês pode ter prejudicado a precisão da pesquisa nessa rodada.

Enquanto isso, na pesquisa realizada por entrevistas em uma amostra populacional, o número de pessoas ocupadas passou de 154,0 milhões em outubro para 155,2 milhões em novembro, mesmo com redução de 186 mil empregos autônomos.

O forte aumento de mais de 1,1 milhão de pessoas ocupadas foi acompanhado de expansão da força de trabalho em 594 mil. Essa combinação reduziu a taxa de desemprego para 4,2%, ante 4,6% no mês anterior.

A expansão da força de trabalho amentou a taxa de participação de 61,6% em outubro para 61,8% em novembro, ainda patamar abaixo do nível anterior da pandemia em torno de 63%. Acreditamos que o fim da extensão do auxílio-desemprego incentivará a oferta de mão de obra pelas famílias ao longo dos próximos trimestres.

O aumento da procura por emprego poderá diminuir a pressão sobre as expectativas salariais. De fato, no mês passado, os salários cresceram 0,25% em relação a outubro, ligeiramente abaixo do esperado pelos economistas, e no menor ritmo de expansão desde março desse ano.

O desaquecimento ocorreu em vários setores, inclusive no segmento de manufaturados, onde a demanda mantém-se substancialmente acima daquela no período anterior à pandemia.

Portanto, o mercado de trabalho segue em recuperação, com a maior oferta de mão de obra sugerindo menor pressão sobre os salários.

A redução da taxa de desemprego dá conforto ao Fed para antecipar o fim do programa de compra de ativos e iniciar o ciclo de aumento de juros até junho do próximo ano.