Esperamos outra boa temporada de resultados para os bancos brasileiros, com boa tendência de renda líquida com juros impulsionada pelo forte crescimento do volume da carteira de crédito e baixa provisão para créditos de liquidação duvidosa, apesar da leve pressão das despesas decorrentes do dissídio coletivo (+11%) a partir de setembro.

No geral, esperamos que todos os bancos em nossa cobertura relatem uma expansão de dois dígitos nos lucros (ajudados pela baixa base de comparação de 2020).

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Apontamos o Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú Unibanco (ITUB4) como destaques do trimestre, embora os resultados devam ser positivos para os bancos brasileiros no geral, exceto no caso do Banrisul (BRSR6).

Destaques entre bancos

Tanto o Itaú Unibanco, quanto o Bradesco (BBDC4) devem reportar resultados do 3º trimestre com dinâmicas muito semelhantes (boa evolução da receita e provisões ainda em queda), levando a uma expansão anual dos lucros de cerca de 30%.

O Itaú Unibanco deve entregar forte lucro líquido recorrente (aumento anual de 31,9%, para R$ 6,638 bilhões), com retorno sobre patrimônio líquido (ROAE) de 19,3% (contra 18,9% no último trimestre), devido ao crescimento acelerado da renda líquida com juros.

Enquanto isso, esperamos que o Bradesco reporte uma boa melhora nos resultados do trimestre anterior, com o lucro líquido crescendo 28,1%, ainda beneficiado por menores Provisões para Créditos de Liquidação Duvidosa.

As operações de seguros do Bradesco, devem apresentar alguma recuperação em relação ao trimestre anterior, mas ainda menor no comparativo anual. Esperamos que o ROAE do Bradesco fique em 17,1%, alta anual de 2,4 ponto porcentual .

Já o Banco do Brasil, em nossa opinião, deve ter um dos melhores resultados entre os maiores bancos de nossa cobertura, refletindo a combinação de bom crescimento da receita, uma redução relevante nas provisões e o bom desempenho dos resultados dos planos de Previdência.

Com isso, o lucro líquido ajustado do BB pode atingir R$ 4,9 bilhões (alta anual de 40,8%), representando um ROAE de
13,3%.

O Santander Brasil (SANB11) também pode entregar bons resultados de lucros, mantendo o nível de rentabilidade mais forte, com o lucro líquido crescendo 13,4% na comparação anual, para R$ 4,376 bilhões, levando seu ROAE a um recorde histórico de 21,8%.

Esperamos que o BTG Pactual (BPAC11) registre números fortes em quase todas as suas linhas de negócios, sugerindo outro resultado de ganhos estelar para o banco. Devemos ver o lucro ajustado do BTG crescendo 57% anualmente, com ROAE subindo para 17,8%.

Os resultados do Banco Pan (BPAN4) não devem ser tão fortes quanto os do BTG. Ainda assim, esperamos dados muito sólidos na receita, já que a carteira de crédito total e as taxas continuam crescendo fortemente. Os investimentos em sua plataforma digital, porém, devem pressionar os custos.

Assim, o lucro ajustado deve permanecer estável (R$ 221 milhões), representando um ROAE de 13,5% (alta anual de 0,3 ponto porcentual).

O Banrisul deve apresentar resultado fraco de rentabilidade, com carteira de crédito crescendo abaixo do mercado, provisões ainda pressionadas e aumento de despesas. Esperamos uma queda trimestral no resultado final de 18,4%, com o lucro líquido ajustado atingindo R$ 230 milhões.

Na comparação anual, a expansão da receita será poluída pela provisão para contingências trabalhistas constituída no mesmo período de 2020.

Outros serviços financeiros

Fora do setor bancário, BB Seguridade (BBSE3) deve apresentar uma boa recuperação no trimestre, mas ainda com ligeira redução do lucro em relação ao ano anterior.

Os resultados da empresa devem ser mistos, mas com uma clara tendência de recuperação à frente, refletindo o melhor cenário de redução da sinistralidade na Brasilseg e a recuperação do resultado financeiro na Brasilprev.

O lucro líquido deve atingir R$ 989 milhões (queda anual de 9,7%, mas alta trimestral de 31,7%).

A B3 (B3SA3) deve entregar um resultado de lucros sólido, com aumento anual estimado em 9,7% na receita, impulsionada por ações e outros segmentos.

Como resultado, a B3 pode entregar um lucro líquido recorrente de R$ 1,245 bilhão, um aumento anual de 9,0%.

Do lado negativo, destacamos Porto Seguro (PSSA3) e IRB Brasil RE (IRBR3), afetados por índices de sinistralidade ainda elevados em suas operações de seguros.

Após a deterioração da sinistralidade na divisão de automóveis, a Porto Seguro deve apresentar um resultado operacional fraco. Dito isso, o lucro líquido da Porto Seguro deve cair 31,2% anualmente, para R$ 275 milhões, representando um ROAE (com combinação de negócios) de 17,5% no período.

Esperamos resultados ainda fracos para o IRB Brasil RE, principalmente na receita e no índice de sinistralidade alto, sugerindo que o turnaround da companhia pode demorar mais para se concretizar. Esperamos um prejuízo líquido recorrente de R$ 113 milhões.

Por fim, a Cielo (CIEL3) deve apresentar um bom resultado, mostrando alguma recuperação (a partir de uma base comparativa bastante depreciada). O lucro líquido recorrente da Cielo deve crescer 83,4% anualmente.

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