Como falamos na semana passada, o Congresso aprovou recentemente medidas que pressionam o equilíbrio das contas públicas.

Já que os impactos se estendem para 2023, ano que deve ser marcado por uma desaceleração econômica global, o time de macroeconomia do Safra levantou os principais desafios fiscais que o país precisará enfrentar.

Um deles diz respeito às contas estaduais e municipais, tendo em vista a redução do ICMS sobre combustíveis e outros itens. A lei provoca perdas permanentes de receitas de pelo menos R$ 90 bilhões.

Isso diante do aumento no piso salarial de professores da educação básica, concedido no início do ano, e da recente criação do piso de profissionais de enfermagem.

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Outro ponto de atenção é o aumento do Auxílio Brasil, já que é improvável que qualquer novo governo inicie o ano reduzindo o valor do benefício. Por isso, há um risco considerável de que o valor de R$ 600 se torne permanente, o que elevaria o custo anual do programa dos atuais R$ 86 bilhões para cerca de R$ 144 bilhões.

Além disso, em um ambiente de inflação elevada, há uma demanda reprimida dos servidores federais por recomposição salarial, após vários anos de congelamento. Ainda não está claro como o tema será tratado no Orçamento de 2023, mas vale lembrar que aumentos de 1% têm impacto em torno de R$ 3,3 bilhões por ano.

Também estão no radar outros riscos importantes, como o pagamento de precatórios, a possibilidade de que a execução das emendas do relator se torne obrigatória, e a eventual alteração das regras do teto de gastos.

Para 2023, o Safra projeta atualmente déficit primário de 0,8% do PIB no setor público consolidado. Mas os desafios fiscais podem trazer mudanças importantes nas perspectivas para as contas públicas, um risco ainda maior diante do cenário externo turbulento.

Temos explicado que o aprofundamento das incertezas fiscais é um fator importante para o comportamento dos ativos no Brasil. A piora tende, por exemplo, a enfraquecer o real e a dificultar a ancoragem das expectativas de inflação.

Nesse cenário, é preciso atenção redobrada com a alocação dos investimentos. Reforçamos, por isso, a importância de unir diversificação a uma gestão ativa e profissional, e que conte, de preferência, com um histórico de solidez.

É o caso do Safra Galileo, o principal fundo multimercado da Safra Asset. Os gestores monitoram constantemente as principais frentes de impacto para os mercados, no Brasil e no exterior.

No atual cenário de riscos fiscais crescentes, por exemplo, o fundo vem adotando uma posição relativamente neutra para a Bolsa brasileira.

Já na parte internacional, o Safra Galileo tem obtido ganhos consideráveis com posições que se beneficiam dos aumentos de juros nos Estados Unidos e com a desvalorização das Bolsas americanas.

Outro evento que contribuiu para o desempenho do fundo foi a decisão do Banco Central Europeu de sinalizar o início do ciclo de alta de juros a partir da decisão desta quinta-feira.