Os mercados seguem apresentando uma volatilidade elevada, reagindo aos desdobramentos da guerra na Ucrânia.

O índice americano S&P 500, por exemplo, chegou a subir mais de 1% ontem, mas virou para o campo negativo, fechando em queda pela quarta sessão consecutiva.

O principal evento do dia foi a proibição anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da importação de petróleo e de gás natural da Rússia. Antes disso, o setor de energia não havia sido alvo de sanções, dada a preocupação com o encarecimento global das commodities.

A própria Casa Branca admite que a medida tende a pressionar os preços dos combustíveis, mas acabou optando por tomar medidas mais efetivas contra os bombardeios a cidades ucranianas.

O Reino Unido, por sua vez, anunciou que irá encerrar gradualmente as importações de petróleo da Rússia até o fim do ano, enquanto a União Europeia, muito mais dependente da produção russa, apresentou um plano para cortar as compras de gás do país.

Nesse ambiente, o preço do barril de Brent chegou a operar acima dos US$ 130 ontem, mas moderou a alta e fechou abaixo desse nível, indicando que o maior temor dos investidores também estava associado a um fim abrupto das importações europeias.

Um movimento que tem chamado a atenção no mercado é a valorização do ouro nas últimas semanas, em meio ao conflito no leste da Europa.

Ontem, o principal contrato da commodity encerrou acima dos US$ 2 mil pela primeira vez desde 2020, chegando perto da sua máxima histórica.

No ano, o ouro já acumula ganho de mais de 10%. Vale lembrar que a demanda pelo metal costuma subir em ambientes de forte tensão geopolítica ou de incerteza com o aumento da inflação.

Sobre este último tema, ontem foi a vez da China divulgar novos dados de preços ao consumidor e ao produtor. Os índices de inflação na segunda maior economia do mundo subiram em torno de meio por cento na passagem de janeiro para fevereiro, e ainda deverão ser mais impactados nos próximos meses pelo salto nos preços das commodities.

Já na agenda de hoje, começam a ser divulgados os dados oficiais sobre a atividade econômica do Brasil no início do ano.

O primeiro indicador diz respeito à indústria, e a previsão do Safra é que a produção tenha encolhido mais de 2% em janeiro, na comparação com dezembro.