Na reta final desta semana, foram divulgados dois indicadores importantes para avaliar o momento do mercado de trabalho. A Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE e que mostrou um avanço na taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto, e o Caged, que revelou uma surpresa positiva nos dados do mercado de trabalho formal em setembro.

A Pnad Contínua, que é uma pesquisa com o objetivo de acompanhar toda a força de trabalho no país, mostrou um avanço do desemprego de 13,8% no período de maio a julho para 14,4% no período de junho a agosto. Esse é o patamar mais elevado da série histórica do IBGE, iniciada em 2012, e acima do projeto pelos nossos especialistas, que era uma taxa de 14,0%.

Nosso time de Macroeconomia lembra, ainda, que a taxa de participação permanece baixa, em 54,7%, o que limita o impacto no desemprego. Caso essa taxa continuasse na média histórica, de 61,5%, a taxa de desemprego seria de 23,9%, na série ajustada sazonalmente.

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Nossos especialistas ainda apontam que, entre as 12,2 milhões de ocupações que foram perdidas desde fevereiro, quando começaram a aparecer os primeiros reflexos da pandemia no Brasil, 4,8 milhões correspondem a empregos formais e 7,4 milhões a empregos informais.

No entanto, nosso time de Macroeconomia sinaliza que com a flexibilização das medidas de distanciamento social, parte dessas vagas que foram fechadas pode se recuperar de modo relativamente rápido, principalmente no emprego informal.

Dessa forma, a expectativa é que as próximas leituras da Pnad Contínua comecem a apresentar resultados melhores que o esperado para o mercado de trabalho.

Emprego formal

O Caged, que possui metodologia distinta da Pnad Contínua e traz dados do emprego formal, desenha um cenário mais positivo no mês passado. Em setembro, foi registrada a criação líquida de 313 mil novas vagas no mercado de trabalho formal, contra uma expectativa dos nossos especialistas de 230 mil. O teto das projeções no mercado apontava para 310 mil.

Nosso time de Macroeconomia aponta que, após ajustes sazonais, a criação líquida foi de 248 mil postos de trabalho, o que configura o segundo melhor mês da série histórica, iniciada em 1999.

Na avaliação dos nossos especialistas, os dados do Caged de setembro foram “extremamente positivos” e geram uma boa perspectiva para os próximos meses. À exceção da administração pública, todas as categorias criaram vagas e o nível de admissões já se igualou ao de 2019.