A semana no mercado foi curta e cheia de oscilações. Com boa parte da volatilidade importada dos Estados Unidos, o Ibovespa terminou com queda semanal de 2,84%, aos 98.363 pontos.

Não durou muito o otimismo sinalizado pelos firmes ganhos nas bolsas europeias registrados na segunda-feira, Dia da Independência no Brasil e Dia do Trabalho nos EUA.

Depois disso, já na largada, a semana foi contaminada pelo mau humor dos investidores. Na terça-feira, o Nasdaq, índice americano que reflete o desempenho de ações ligadas ao setor de tecnologia, terminou os negócios com um tombo de mais de 4%. A reação do dia seguinte foi engolida por novas quedas na quinta e sexta-feira.

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As fortes correções em papéis de empresas como Apple e Microsoft vieram após uma série de altas, iniciada na segunda metade de março, que levou o índice de tecnologia a níveis recordes. No ano, por exemplo, o Nasdaq ainda acumula alta de cerca de 20%, bem acima do S&P 500, índice que representa mais setores do mercado por lá.

Aqui no Brasil, o resultado semanal foi praticamente determinado pela forte queda registrada na quinta-feira, quando o principal índice de ações do país perdeu os 99 mil pontos pela primeira vez em dois meses.

Apesar da pressão sobre o mercado financeiro, a semana foi marcada também pela divulgação de números positivos sobre a economia brasileira. Reveja abaixo alguns dos principais eventos.

Inflação

Na quarta-feira, o IBGE divulgou a leitura do índice oficial de inflação em agosto. O IPCA subiu 0,24%, o maior avanço para um mês de agosto desde 2016. No ano, o índice acumula alta de 0,70% e, em 12 meses, de 2,44%.

O maior impacto veio da categoria de transportes, que subiu pela terceira vez consecutiva, influenciada principalmente pelo comportamento dos preços da gasolina.

Mas foi a alimentação em domicílio que teve um avanço maior do que o esperado pela equipe de Macroeconomia do Safra, puxado pelos preços da carne e do leite, entre outros itens. Para nossos especialistas, a pressão dos alimentos deve levar a uma aceleração do IPCA em setembro e também em outubro.

Comércio em recuperação

O volume de vendas do varejo subiu 5,2%, na comparação com o mês anterior, informou o IBGE na quinta-feira. O resultado veio bem melhor do que o consenso de mercado, que previa alta de 1,3%. Foi o maior crescimento para um mês de julho na série iniciada em 2000. 

Já o varejo ampliado, que inclui na conta o segmento de veículos e materiais de construção, cresceu 7,2% de junho para julho, enquanto o esperado era uma alta de 5,3%. A equipe de Macroeconomia do Safra acredita que as vendas no país devem seguir em trajetória de crescimento nos próximos meses.

Serviços e emprego formal

Também na quinta-feira, o Ministério da Economia disse que os pedidos de seguro-desemprego de trabalhadores formais somaram pouco mais de 460 mil em agosto. O número é 18% menor tanto na comparação com julho, quanto em relação a agosto de 2019.

Já no dia seguinte, o IBGE soltou o resultado dos serviços. Com o avanço 2,6% de junho para julho, nossos especialistas afirmam que o setor continua sendo a maior dúvida na recuperação do crescimento no país – houve queda de 11,9% na comparação com julho de 2019.

Vacinas

O governo de São Paulo informou na quarta-feira que a vacina da chinesa Sinovac, que está sendo produzida com apoio do Instituto Butantan, vem se mostrando eficaz no combate ao coronavírus em idosos.

Já a AstraZeneca informou que suspendeu voluntariamente os testes da sua vacina para revisar a segurança da substância. A companhia ponderou que se trata de um procedimento rotineiro. Os testes devem ser reiniciados na semana que vem. Se aprovada, a vacina será produzida no Brasil pela Fiocruz.