Após a alta recorde de maio e o avanço de junho, o volume de vendas do varejo subiu pela terceira vez seguida, desta vez 5,2%, na comparação ajustada com o mês anterior. O resultado veio melhor do que o esperado pelo time de Macroeconomia do Safra e pelo mercado.

Foi o maior crescimento para um mês de julho da série iniciada em 2000. Segundo o IBGE, o avanço também colocou o comércio varejista praticamente no mesmo nível da máxima da série histórica, atingida em outubro de 2014.  Em relação a julho de 2019, o setor subiu 5,5%.

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O varejo ampliado, que também leva em conta o segmento de veículos e materiais de construção, cresceu 7,2% de junho para julho, após ajuste sazonal. Na comparação com o mesmo mês de 2019, houve alta de 1,7%.

Nossa equipe destaca que a forte alta reforça a trajetória de firme recuperação do setor, após o choque registrado em março e, especialmente, em abril. As vendas varejistas no país devem seguir em trajetória de crescimento no restante de 2020, avalia nosso time.

Alta em quase todas atividades

Segundo os dados informados pelo IBGE nesta quinta-feira, 10, houve alta em nove das dez atividades no setor, na comparação com junho.

Nossos especialistas destacam três grupos com desempenhos distintos formados por essas atividades. O conjunto com “Supermercados” e “Farmácias”, que sofreu pouco por ser considerado essencial, cresceu 1,0% na margem e está 8,9% acima do nível observado em julho de 2019.

Já as categorias associadas à moradia (“Móveis e eletrodomésticos” e “Materiais de construção”) vêm se beneficiando do aumento do investimento da população em moradia. Esse grupo já deixou a crise no passado e as vendas no mês de julho foram 24,0% maiores do que no mesmo mês de 2019. Na comparação com junho de 2020, o grupo cresceu 5,7%.

Por fim, as demais categorias sofrem mais com as medidas restritivas e a menor circulação de pessoas. Esse grupo está em fase de franca recuperação, afirma nossa equipe. Contudo, ela se dá sobre uma base ainda deprimida. Em julho, o grupo registrou alta de 11,4% ante junho, mas queda de 13% na comparação com
julho do ano passado.

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