Estamos iniciando cobertura Raízen (RAIZ4) com recomendação de Compra e preço alvo para 12 meses de R$ 5,60 por ação, o que implica um potencial de upside de 44%.

Vemos como único o posicionamento da Raízen no negócio de energias renováveis, com a empresa em posição privilegiada para se beneficiar da tendência de descarbonização, integrando a produção e comercialização de etanol, açúcar e bioenergia, bem como uma rede de distribuição de combustíveis sob a marca Shell no Brasil, Argentina e Paraguai.

Vemos a ação sendo negociada a 5,5x 2023/24E EV/EBITDA, com desconto de 10% sobre a média ponderada das distribuidoras de combustíveis e dos produtores de açúcar e etanol.

Produtividade da Raízen já está melhorando

A administração fez da melhoria da produtividade agrícola e da eficiência industrial a sua principal prioridade, abordando o que consideramos ser a principal causa do mau desempenho das ações em relação aos pares desde o IPO da empresa.

E os resultados já começaram a aparecer. A Raízen reformulou seus processos, adotou indicadores de longo prazo e investiu em tecnologia para obter melhor controle de qualidade, o que resultou em melhores plantios e melhores práticas agrícolas.

Os resultados dessas mudanças se materializaram nos indicadores de produtividade dos novos plantios: os números do primeiro corte voltaram ao mesmo nível dos fornecedores da Raízen nas mesmas regiões na safra 2021/22, com a produtividade do segundo corte seguindo o exemplo em no ano seguinte, e os indicadores para o terceiro corte têm sido encorajadores até agora neste ano.

Acreditamos que, à medida que esse processo continue nos próximos plantios, o preço das ações deverá refletir tais melhorias.

O posicionamento da Raízen na vanguarda da produção de energia renovável no Brasil apresenta um caso de investimento atraente, à medida que a demanda global por combustíveis sustentáveis continua a aumentar.

Com forte desempenho operacional e financeiro, aliado a uma estratégia de crescimento robusta que inclui investimentos contínuos em tecnologia avançada de biocombustíveis e transformação digital, a Raízen está bemposicionada para alavancar a crescente tendência global de energia renovável.

Empresas tem muitas oportunidades com tendências de descarbonização

O etanol de segunda geração (E2G) é um biocombustível avançado cujas características geram um prêmio de preço em relação aos “comuns”.

Uma vez que utiliza resíduos como matéria-prima, não compete com as culturas alimentares e tem uma pegada de carbono ainda menor.

Na visão da Raízen, ter controle sobre o fornecimento de matérias-primas (vinhaça e palha da própria operação) é uma vantagem estratégica que lhe confere maior controle sobre o processo produtivo.

Além disso, ter a sua produção de etanol certificada para ser utilizada como matéria-prima para combustível de aviação sustentável (SAF) abre uma nova via de crescimento num sector difícil de descarbonizar.

Vantagem competitiva natural

A extensa área territorial do Brasil e o clima favorável criam condições ideais para o cultivo da cana-de-açúcar.

Devido às condições vantajosas do país, a cana pode ser colhida de cinco a seis vezes antes de ser necessário o replantio.

Isto dá ao Brasil uma vantagem significativa sobre países como a Índia, onde a cana-de-açúcar normalmente requer replantio a cada duas ou três colheitas.

O ciclo de plantio da cana-de-açúcar no Brasil oferece benefícios de custo notáveis quando comparado a culturas como a beterraba, que exigem replantio anual e rotação de culturas a cada três a cinco anos.

Ser a segunda maior distribuidora de combustíveis no Brasil e na Argentina faz da divisão de mobilidade uma boa fonte de fluxo de caixa.

As operações brasileiras também poderiam se beneficiar da maior estabilidade esperada para os preços domésticos e da menor concorrência de players informais.

Trabalhar com a marca Shell confere reconhecimento de qualidade à operação. Riscos. Os principais riscos para nossa tese incluem:

  • (i) condições climáticas desfavoráveis,
  • (ii) preços de commodities,
  • (iii) intervenção nos preços domésticos de combustíveis,
  • (iv) execução,
  • (v) regulação,
  • (vi) fim dos benefícios fiscais,
  • (vii ) aumento da frota de veículos elétricos e
  • (viii) desenvolvimentos macroeconómicos na Argentina. 

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