Em um cenário de expressiva queda da atividade, a inflação segue em queda. O IPCA de abril recuou 0,31%, levando a inflação acumulada em doze meses para 2,40%, ante variação de 3,31% registrada em março.

Devido à crise da Covid-19 e às mudanças metodológicas de coleta adotadas pelo IBGE desde 18 de março, também em decorrência da pandemia, tem sido mais desafiador realizar a projeção da inflação no curto prazo, como já assinalado pelo nosso time de Macroeconomia. No entanto, isso não altera a visão de nossos especialistas de que a inflação deve ser bastante reduzida  o ano.

Vale notar que média dos núcleos, menos sujeitos a variações pontuais, desacelerou na passagem de março para abril (de 0,13% para 0,02%) e em 12 meses, a variação passou de 2,89% para 2,51%. Desse modo, essa medida deverá encerrar 2020 em 2,36%, variação 0,75 p.p. abaixo da média observada em 2019 (3,11%).

Assim, incorporando os dados da divulgação do IPCA de abril e em linha com um cenário de queda de atividade, nosso time de Macroeconomia reduziu a projeção para o IPCA de 2020 em 0,1 ponto porcentual, agora em 1,6%.

Ainda, devido à menor inércia inflacionária vinda de 2020 e à perspectiva baixista para a variação de preços de serviços no ano que vem, a projeção apontava IPCA em 3,0% em 2021. Entretanto, com a política monetária mais estimulativa, foi mantida a projeção de IPCA em 3,2% no ano que vem.

Vale observar que esse cenário de inflação reduzida se mantém apesar da taxa de câmbio bem mais depreciada.