Os analistas de nossa Corretora deram início à cobertura do setor de saúde. A preferência de nossos especialistas no setor é pela Hapvida (HAPV3), empresa fundada em 1979 em Fortaleza. O preço-alvo para a empresa é de R$ 70,40.

As principais atividades da companhia são a venda de planos de saúde, em que a maior parte dos atendimentos é realizada em rede própria, e de planos odontológicos com o serviço prestado através de rede credenciada.

Ganharam também recomendação de compra as ações da NotreDame Intermédica (GNDI3, preço-alvo de R$ 65,80), Grupo Fleury (FLRY3, preço-alvo R$ 28,50), Hermes Pardini (PARD3, preço-alvo de R$ 27,00) e Qualicorp (QUAL3, preço-alvo de R$ 28,40).

Apesar da alta volatilidade esperada no curto prazo, os analistas de nossa Corretora Rafael Une e Ricardo Boiati acreditam que, para um investimento de mais longo prazo, a recente onda de vendas colocou os preços dessas ações em um nível atrativo em relação aos fundamentos das empresas.

Nossos analistas destacam que os papéis de HAPV3 e GNDI3 são ótimos investimentos que apostam no crescimento dessas empresas, que vêm ganhando fatias maiores de mercado e também melhorando sua lucratividade.

A ação FLRY3, por sua vez, é uma opção de negócio já bem estabelecido, e que vem buscando inovações em áreas promissoras. Já PARD3 atua com baixo custo e pode acelerar sua consolidação na divisão de Laboratório de Referência. QUAL3 é uma empresa de alta lucratividade, avaliam, está descontada no mercado e vem negociando com um dividend yield atrativo.

No caso da Odontoprev (ODPV3), nossos analistas têm uma recomendação neutra. Apesar de ter uma ótima operação, com altos retornos e dividendos, a empresa vem sendo negociada a um preço alto diante de suas perspectivas de crescimento.

Por fim, a recomendação é de venda para as ações da Alliar (AALR3), que está sendo negociada com prêmio em relação a suas concorrentes. Os preços embutem um crescimento do lucro por ação considerado otimista em excesso por nossos analistas.

Setor diante da crise

Nossos analistas destacam que a pandemia de coronavírus aumenta substancialmente o nível de incerteza, tornando as previsões de curto prazo menos precisas. Partindo desse princípio, eles acreditam que é fundamental se concentrar nas fontes de criação de valor de cada empresa e que a atenção deve estar concentrada na capacidade de lucrar e em como os ganhos devem se comportar no longo prazo.

Diante das atuais incertezas, nossos especialistas lembram que é importante estar confortável que as empresas investidas irão conseguir atravessar o momento turbulento com relativa tranquilidade. Nesse sentido, é preciso estar seguro em relação à liquidez de curto prazo das companhias, assim como a capacidade delas de honrar as dívidas.

Boiati e Une também pontuam que a dinâmica microeconômica tornou-se um aspecto ainda mais importante no setor de planos de saúde, visto que agora não se pode esperar que fatores macroeconômicos impulsionem a adesão aos planos.  

O mais importante no momento é monitorar a evolução da pandemia de coronavírus, visto que isso determinará tanto o impacto no sistema de saúde quanto a duração e magnitude da quarentena. 

Outro aspecto de grande importância é o monitoramento da capacidade das empresas de cumprir suas obrigações de curto prazo, pois as dificuldades em quitar as dívidas de curto prazo podem acarretar em outros problemas, como novas emissões de dívida com taxas de juros muito altas ou emissões de novas ações a um valor muito baixo.

Essas medidas representariam uma diluição ou uma transferência do valor da empresa dos acionistas para os detentores de dívida.