O IBGE anunciou na manhã desta sexta-feira, 27, um aumento no desemprego em setembro. Os dados constam na PNAD Contínua, que revelou um avanço na taxa de desemprego trimestral de 14,4% na última leitura para 14,6%, nível mais alto da série histórica, iniciada em 2012.

O número veio acima do esperado pelo nosso time de Macroeconomia, que projetava recuo para 14,3%, mas a expectativa é de que as próximas divulgações comecem a apresentar resultados melhores para o mercado de trabalho.

Essa projeção leva em consideração a flexibilização das medidas de distanciamento social, com a projeção de que parte dos empregos perdidos possa ser recuperada de modo relativamente rápido, principalmente no setor informal.

Entre os 12,2 milhões de empregos perdidos desde fevereiro, aproximadamente 4,6 milhões são de empregos formais, e 7,2 milhões de informais.

Detalhes da PNAD Contínua

Na leitura ajustada sazonalmente, o avanço na taxa de desemprego trimestral foi de 14,4% em agosto para 14,7% em setembro. 

A população ocupada teve um crescimento de 498 mil pessoas, chegando a 82,2 milhões, mas ainda assim permanece 11,6 milhões de pessoas abaixo dos níveis observados em fevereiro deste ano.

Se a taxa de participação estivesse na média histórica de 61,5%, a taxa de desemprego seria de 23% na série ajustada sazonalmente, o maior nível da série. A taxa de participação está em 55,1%.

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Nosso time de Macroeconomia também destaca a taxa de subutilização, que evidencia a situação delicada do mercado de trabalho. Esta taxa avançou de 24% em setembro do ano passado para 30,3% em setembro deste ano.

O rendimento real médio da população ocupada segue em crescimento, passando de R$ 2.552 para R$ 2.554. Nos últimos meses, nossos especialistas têm explicado que este crescimento se deve ao fato de a maioria dos empregos perdidos serem de menor qualificação.

No entanto, nossos especialistas ressaltam que o auxílio emergencial tem sido mais do que suficiente para compensar a queda da massa salarial, que recuou 6,2% desde fevereiro. Deste modo, a avaliação é de que não há, em um primeiro momento, escassez de renda na economia brasileira, embora esse deve ser um fator a considerado ao final do auxílio emergencial.