O IBGE divulgou nesta quinta-feira, 28, a PNAD Contínua, com a taxa de desemprego trimestral, referente aos três meses encerrados em novembro. Nesta medida, o desemprego recuou para 14,1% no período, contra 14,4% nos três meses encerrados em agosto e 14,3% na última leitura, sobre o trimestre encerrado em outubro.

O resultado veio próximo das projeções do nosso time de Macroeconomia, que estimava recuo para 14,0%.

Os números do desemprego são influenciados pela taxa de participação, que avançou para 56,4%, mas ainda permanece em patamar historicamente baixo. Caso a taxa de participação estivesse na média histórica de 61,5%, a taxa de desemprego estaria em 23,4% na série ajustada sazonalmente.

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Nossos especialistas ainda destacam que também é preciso acompanhar o nível de subutilização da força de trabalho com atenção. O número avançou de 23,8% para 29,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas melhorou diante da última leitura da PNAD Contínua, em outubro, quando marcava 29,7%.

Formal x informal

Entre os 8,8 milhões de empregos perdidos desde fevereiro, em série ajustada sazonalmente, cerca de 3,5 milhões foram de empregos formais e 5,3 milhões de empregos informais.

Com a flexibilização das medidas de distanciamento social, nosso time de Macroeconomia espera que parte dos empregos perdidos possa ser recuperada de maneira relativamente rápida, principalmente no setor informal.

Esta dinâmica começou a ser observada nesta divulgação de novembro, e nossos especialistas projetam que as próximas divulgações continuem a apresentar resultados melhores do mercado de trabalho.

Rendimento real médio

Em relação à renda, o IBGE informou que o rendimento real médio habitual da população ocupada apresentou ligeira queda de R$ 2.549 para R$ 2.517. Entretanto, nossos especialistas lembram que devido ao crescimento da população ocupada, a massa salarial cresceu 0,3% na variação mensal, e está 5,4% abaixo do nível de fevereiro.

O auxilio emergencial tem sido mais do que suficiente para compensar essa queda da massa salarial. Nosso time de Macroeconomia avalia que não há, em um primeiro momento, escassez de renda na economia brasileira, contudo, ao final do programa este deve ser um fator a ser considerado.