O Banco Central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, decidiu em reunião extraordinária ontem cortar a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual. Com isso, a taxa de juros recuou para o intervalo entre 1,25% e 1,00%.

Em comunicado divulgado após a decisão, o Fed destacou que o coronavírus traz riscos à atividade econômica e, considerando a meta dupla de estabilidade de preço e pleno emprego, um corte preventivo de juros se mostrou adequado. O Fed ainda sugeriu que novos cortes poderão ocorrer a depender da evolução do cenário.

Para nosso time de Macroeconomia, agora o Fed deve optar por reduzir adicionalmente a taxa em 0,25 ponto na reunião de março. Contudo, admitimos que o viés para essa projeção é de um corte maior.

 

Depois que o Fed decidiu reduzir a taxa básica de juros, o Banco Central brasileiro também divulgou uma nota em que afirma estar monitorando os efeitos do surto de coronavírus sobre a economia.

O BC afirma que, diante dos eventos recentes, o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros. "O Banco Central enfatiza que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária", informou a autoridade monetária.

Na interpretação da equipe de macroeconomia do Safra, o BC decidiu comunicar uma alteração no rumo da política monetária, frente aos novos eventos, depois de ter sinalizado que interromperia o ciclo de queda no comunicado após a última reunião. Sendo assim, o Copom deve dar continuidade ao ciclo de corte de juros na reunião de março.

A magnitude do movimento, porém, dependerá da evolução do cenário internacional nas próximas duas semanas. O orçamento mínimo deve ser uma redução de 0,5 ponto porcentual, que pode vir em dois cortes de 0,25 ponto em março e
maio ou um corte mais preemptivo de 0,5 na próxima reunião.

Nossos especialistas continuam a monitorar o ambiente internacional e a comunicação do BC para avaliar a necessidade de nova alteração no cenário de Selic.