A taxa de desemprego trimestral avançou de 12,6% em abril para 12,9% em maio, de acordo com a Pnad Contínua divulgada nesta terça-feira, 30. O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado (13,1%) e levemente acima da projeção da nossa equipe de Macroeconomia (12,8%).

Entretanto, a piora menos acentuada da taxa de desemprego se deve a uma queda bem mais forte da taxa de participação, considerando que a quarentena limita a procura por empregos. Em relação a abril, a população ocupada contraiu 3,7%.

Analisando esse movimento por tipo de ocupação, observamos uma forte queda nos empregos sem carteira assinada, mas também vemos retração no emprego com carteira. Por outro lado, o emprego no setor público apresentou elevação.

Os rendimentos nominais, por sua vez, se elevaram 4,9% na variação interanual. Contudo, essa elevação se deve principalmente ao fato de que boa parte das pessoas que estão entrando no mercado de trabalho ou que continuam estáveis em seu emprego possuem capacidade de, por exemplo, fazer home office e, logo, trabalham em empregos mais qualificados e melhor remunerados.

Consequentemente, o salário médio se elevou principalmente devido a um aumento na desigualdade do mercado de trabalho. A massa salarial, por sua vez, mostrou contração.