O nosso time de macroeconomia desenhou um novo cenário para o Brasil. Essa decisão vem em função do avanço do coronavírus nas últimas semanas e a possibilidade de um impacto maior no mercado doméstico, junto com a sinalização de cortes de juros mundo afora.

A divulgação do PIB brasileiro ontem também influenciou nossa revisão. Apesar do crescimento de 0,5% no quarto trimestre do ano passado ter vindo próximo às nossas projeções, a qualidade do crescimento decepcionou, especialmente os números da construção civil e de investimentos.

Com todo esse cenário, revisamos os números de atividade, juros, inflação e dólar. Para o PIB, passamos a projetar um crescimento de 1,6% neste ano, ante 1,9% na estimativa anterior.

Para a Selic, passamos a enxergar a necessidade de um corte de meio ponto percentual na próxima reunião e mais outro corte de 0,25 em maio, levando a taxa para 3,5% ao ano. Esses cortes são fundamentais para a sustentação da economia brasileira neste nosso novo cenário de crescimento.

Revisamos também a inflação, agora projetada em 3,3% em 2020. Já o dólar deve continuar próximo a R$ 4,50 neste primeiro semestre. Acreditamos que ele começa a perder força a partir da metade do ano e encerra 2020 em R$ 4,20.

Comentário do dia

Um assunto que entrou no radar nesta semana são as eleições nos Estados Unidos. Ontem tivemos um dos dias mais importantes para a definição da corrida presidencial.

Conhecida como Superterça, os delegados do Partido Democrata de diferentes estados foram às urnas. E o grande vencedor foi Joe Biden, que pela primeira vez aparece à frente de Bernie Sanders, contrariando as prévias iniciais.