Começamos a semana ainda de olho nas notícias envolvendo o coronavírus. O que estamos analisando no momento é o avanço da doença em diferentes países ao redor do mundo.

Durante o fim de semana, a Itália, que esteve no centro das atenções na semana passada, anunciou um aumento de 50% nos casos confirmados, agora para cerca de mil e setecentos. Também tivemos novidades nos Estados Unidos, Inglaterra, França, entre outros. Já são mais de 65 países atingidos. No Brasil, temos até o momento dois pacientes confirmados, ambos contaminados na Itália.

Agora é importante observar a reação dos governos. Na Itália, o ministério da Economia anunciou ontem um pacote de 3 bilhões e meio de euros para ajudar a economia durante o surto do coronavírus. Já nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, defendeu que o banco central está preparado para agir e abriu as portas para um novo corte nas taxas de juros. E na manhã desta segunda-feira os bancos centrais do Japão e do Reino Unido também prometeram agir para promover a estabilidade dos sistemas financeiros.

Comentário do dia

A escalada das preocupações com a disseminação do coronavírus fez nosso time de macroeconomia revisar algumas projeções. Avaliamos que a produção industrial brasileira será afetada, embora parte desse efeito possa ser revertido ao longo do ano. Por isso, reduzimos a projeção de crescimento do PIB deste ano de 2,1 para 1,9%.

Já na política monetária, acreditamos que o Banco Central somente irá retomar o ciclo de queda nos juros se o cenário se deteriorar a ponto de contaminar a percepção da inflação para 2021. Por isso, mantemos a projeção da taxa Selic em 4,25% ao ano, mas vamos monitorar o cenário e a comunicação do Banco Central para avaliar se há a necessidade de eventuais ajustes nessa projeção.

Nos Estados Unidos, entendemos que o banco central irá atuar de modo preventivo, anunciando dois novos cortes de juros, levando a taxa para o intervalo de 1 a 1,25% ao ano, e começando já na próxima reunião de 18 de março.

Para os investimentos, mantemos as nossas recomendações sem nenhuma alteração, mas seguimos em constante observância do cenário.