A semana será marcada pela divulgação de importantes dados sobre a economia brasileira. Os números sobre as contas públicas e externas podem apontar tendências para o resultado fiscal e o câmbio, duas variáveis monitoradas de perto pelos investidores.

Destaque ainda para a taxa de desemprego e, principalmente, para o anúncio do PIB brasileiro. O IBGE revela na sexta-feira o desempenho da economia no primeiro trimestre e o mercado deverá avaliar com atenção o impacto da pandemia em cada setor. Veja mais detalhes a seguir.

Déficit público

Na quinta-feira, o Tesouro publica o resultado primário do governo (Tesouro, BC e INSS), que, segundo a equipe de Macroeconomia do Safra, deve ter saltado de R$21,2 bilhões para R$ 102,2 bilhões em abril.

Já o IBGE abre os números sobre o mercado de trabalho. A taxa de desemprego deve ter pulado de 12,2% para 16,3% no trimestre até abril, de acordo com nossos especialistas. A expectativa do mercado é de 13,4%.

Ainda na quinta-feira, o Banco Central apresenta os dados de crédito no país. Nosso time estima um leve recuo de 0,5% no estoque de empréstimos em abril, após a forte expansão de quase 3% registrada em março.

PIB no 1º tri

Na sexta-feira de manhã, as atenções se voltam ao resultado do PIB do Brasil no primeiro trimestre de 2020. Nossa equipe calcula que a economia tenha sofrido queda de 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, e queda de 0,7% na comparação com o primeiro trimestre de 2019. Já o mercado espera que essas quedas tenham sido de 1,7% e de 0,5%, respectivamente.

Pouco depois, o Banco Central divulga o resultado primário do setor público consolidado em abril. Além do governo central, entram na conta Estados, municípios e estatais (à exceção de Petrobras, Eletrobras e bancos públicos). O Banco Safra espera que o déficit tenha saído de R$ 23,7 bilhões para R$ 112,9 bilhões.

Prévia da inflação

Na terça-feira, o IBGE mostrou que o IPCA-15 recuou 0,59% em maio, mais intenso que a expectativa mediana de mercado (-0,48) e que a projeção do nosso time de Macroeconomia (-0,43). Em 12 meses, o índice recuou de 2,92% para 1,96%.

Nossos especialistas destacam que, devido à crise da Covid-19 e às mudanças metodológicas de coleta adotadas pelo IBGE recentemente, também em decorrência da pandemia, a projeção da inflação no curto prazo está mais difícil, o que vem gerando desvios incomuns.

No mesmo dia, o Banco Central anunciou que o resultado em transações correntes foi superavitário em US$ 3,8 bilhões, melhor que o esperado pelo mercado (US$ 3,1 bilhões), sendo o resultado mais positivo da série histórica para o mês de abril.

Nossa equipe de Macroeconomia destaca que o forte superávit de abril nas contas externas já se deve aos efeitos da crise econômica, que levaram a uma forte queda nas importações e também a reduções nos déficits das contas de serviços, com destaque para o rubrica de remessas de 'lucros e dividendos'.