A semana começa com os olhares voltados à Câmara dos Deputados, onde duas importantes propostas podem começar a ser votadas já nesta segunda-feira. Uma delas é a ajuda do governo federal a Estado e municípios, aprovada no sábado pelos senadores.

O texto prevê a transferência aos entes de R$ 60 bilhões, divididos em quatro parcelas mensais. O projeto aprovado no Senado também prevê a suspensão e renegociação das dívidas de Estados e municípios, o que pode gerar um alívio de mais R$ 65 bilhões.

Como contrapartida, governadores e prefeitos não poderão, até 2022, aumentar despesas obrigatórias acima da inflação, o que implica não reajustar salários de servidores, com exceção de funcionários das áreas da saúde e segurança.

Os deputados devem analisar também a PEC do Orçamento de Guerra, que cria um regime de exceção fiscal durante a pandemia. A emenda pode aumentar a capacidade de atuação do governo para fazer frente aos impactos do coronavírus, o que incluiria autorizar o Banco Central a negociar títulos públicos e privados no mercado secundário.

Também nesta segunda-feira, o governo divulga os dados mensais da balança comercial. A projeção do nosso time de Macroeconomia é que as exportações tenham caído para US$ 17,5 bilhões em abril, e as importações para US$ 11,0 bilhões.

Indústria em março

Na manhã desta terça-feira, o IBGE apresenta os números da Pesquisa Industrial Mensal. Relativo a março, o estudo não vai mostrar o impacto integral do coronavírus no setor. A quarentena em São Paulo, por exemplo, só passou a ser obrigatória no fim daquele mês.

A equipe de Macroeconomia do Safra espera um recuo de 1,9%, na comparação com fevereiro.

Reunião do Copom

Na quarta-feira, o Banco Central anuncia sua decisão de política monetária. A instituição indicava que iria acelerar o ritmo de cortes na Selic. Mas ruídos políticos colocaram novas incertezas no cenário e podem provocar movimentos mais contidos da autoridade monetária na taxa básica de juros.

A expectativa de nossos especialistas, em linha com o mercado, é que a Selic seja reduzida dos atuais 3,75% para 3,25% ao ano.

IPCA em abril

Fator crucial para embasar as decisões de política monetária, a taxa oficial de inflação do país será divulgada na sexta-feira pelo IBGE. Nossos economistas estimam deflação de 0,29% em abril, na comparação mensal. Com isso, a inflação em 12 meses medida pelo IPCA ficaria em 2,42%, já abaixo do piso da meta do Banco Central.

O mercado também espera variação negativa na inflação de abril, com recuo de 0,13% no nível dos preços ante fevereiro, colocando o IPCA em 12 meses em 2,58%, ainda dentro da banda perseguida pelo BC.

Desemprego nos EUA

Ainda na sexta-feira, o governo dos Estados Unidos revela qual foi a taxa de desemprego no país em abril. A projeção do mercado é que a taxa tenha saltado de 4,4% para cerca de 16%.

No dia anterior, será anunciada a quantidade de novos pedidos de seguro-desemprego nos EUA. A estatística vem mostrando desaceleração, mas o total na últimas seis semanas já passa dos 30 milhões.