Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a meta Selic a 2,25% ao ano, com um corte de 0,75 ponto porcentual esperado pela maioria dos analistas. Em comunicado sobre a decisão, os dirigentes do Banco Central não descartaram novos cortes, embora tenham indicado que, se realizados, serão menos acentuados.

Pois na manhã desta terça-feira será divulgada a ata do comitê, sobre a qual os investidores deverão se debruçar em busca de mais pistas da autoridade monetária. Por ora, a equipe econômica do Banco Safra prevê mais três cortes de 0,25 ponto na Selic. Veja a seguir outros eventos previstos para esta semana.

Dívida pública e contas externas

Na quarta-feira, a Secretaria do Tesouro Nacional apresenta o Relatório Mensal da Dívida Pública relativo a maio, com informações sobre emissões, resgates, estoque, perfil de vencimentos e custo médio as dívidas interna e externa de responsabilidade do Tesouro Nacional em mercado.

No mesmo dia, o Banco Central abre o resultado das contas externas em maio. As transações correntes, que registram o fluxo de bens, serviços e renda, vêm chamando a atenção pelos superávits, em consequência das quedas nas importações e nas remessas para fora do país.

A previsão do Banco Safra é que o saldo da rubrica tenha ficado positivo em US$ 2,7 bilhões no mês passado, superávit menor do que o registrado em abril, mas projeção maior do que o consenso de mercado (US$ 1,1 bilhão).

Hoje, a estimativa da nossa equipe de Macroeconomia para as transações correntes em 2020 é de déficit equivalente a 0,5% do PIB, bem abaixo dos dois anos anteriores. Já para 2021, a expectativa é de superávit de 0,1% do PIB.

Inflação e projeções do BC

Na quinta-feira, um dos destaques será o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central. O documento apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Copom para cumprir a sua meta. Um dos principais números que serão acompanhados é a previsão dos dirigentes para o PIB de 2020. A estimativa atual da instituição está totalmente defasada em relação aos impactos econômicos da pandemia.

Na mesma manhã, o IBGE divulga a leitura do IPCA-15 em junho. Nossos especialistas acreditam que o indicador tenha medido nova queda nos preços, desta vez de 0,11% na comparação com maio, levando a uma alta de 1,78% em 12 meses. Já a mediana das expectativas de mercado prevê estabilidade nos preços.

Os anúncios do dia se completam com a divulgação dos novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos. A estimativa mediana é de 1,3 milhão de solicitações na semana até 20 de junho, o que seria uma desaceleração significativa.

Ainda nos Estados Unidos, na sexta-feira, o Departamento de Análise Econômica revela a leitura do seu índice de preços em maio. Trata-se do principal indicador de inflação que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) considera em suas decisões. A expectativa é que ele se mantenha em 0,5% contra o mesmo mês do ano passado, bem abaixo do alvo de 2%.

Por fim, o Banco Central do Brasil mostra na sexta-feira dados sobre o estoque de crédito no país, que deve seguir somando R$ 3,6 trilhões.