A crise do coronavírus mudou praticamente todos os setores da economia, e o de logística não foi exceção. A China, por exemplo, diminuiu bastante suas compras. Com menor demanda da principal parceira comercial brasileira, o escoamento de produtos como petróleo, minério e alimentos foi afetado.

Para comentar esse cenário e mostrar as mudanças provocadas por ele, o Banco Safra conversou com Federico Vega, fundador da CargoX, startup de logística que conecta cargas a motoristas e transportadoras e uma das duas empresas brasileiras que a figurarem na lista das 100 empresas mais pioneiras em tecnologia do mundo no ranking do Fórum Econômico Mundial de 2020. Selecionamos abaixo alguns dos principais trechos dessa conversa.

Primeiros impactos da pandemia

Vega conta que o volume de frete de produtos essenciais teve forte alta, em especial durante os meses de março e abril, como higiene, limpeza e alimentos. Em compensação, houve expressiva queda em setores como o agronegócio e a mineração, o que gerou gargalos nos portos.

Quando a quarentena foi decretada pelo governo brasileiro, fazendo com que todo o comércio fechasse as portas, Vega conta que os caminhoneiros foram bastante afetados. A incerteza sobre encontrar ou não postos de gasolina e borracharias pelo caminho, somado ao medo de se infectar com o coronavírus, fez muitos pausarem suas atividades.

O especialista conta que apesar das grandes quedas em março e abril, maio teve uma recuperação leve e junho tem recorde de volume de carga transportada em quase todas as indústrias. “O mundo sempre movimentou cargas e vai continuar movimentando”, define Vega.

Logística no Brasil

Vega destaca que, no Brasil, o meio de transporte mais utilizado para cargas é o rodoviário, visto que 90% das cargas são transportadas dessa maneira.

Ele aponta que a pandemia fez com que a implementação de novas tecnologias no setor aumentasse muito rapidamente. Para evitar o contato físico entre embarcadores, transportadoras e caminhoneiros, o uso de ferramentas tecnológicas, como as que a CargoX oferece, cresceu bastante. “O Brasil deve se equiparar a China e aos Estados Unidos em termos de tecnologia para transportes no próximo ano”.

Retomada no setor

Vega explica que, historicamente, o volume de transporte de cargas acompanha o PIB. Ou seja, se o PIB retrair 5,7% esse ano, como é o esperado pelo Banco Safra, o volume de cargas transportadas deve retrair na mesma porcentagem. Por outro lado, Vega explica que essa crise trouxe mudanças significativas na economia, que podem transformar esse cenário.

Como lição que poderá ficar, Vega acredita que esse é o momento de investir cada vez mais em tecnologia e inovação e baseia sua opinião na lista das empresas mais valiosas do mundo: todas as que estão no topo são empresas de tecnologia.

Outro fator importante para Vega é o corte de custos. Desde o início da pandemia, algumas iniciativas de redução dos custos adotadas por sua empresa foram a renegociação de contratos com fornecedores e a diminuição de custos com real state. Acompanhe a live completa abaixo: