Para abordar os impactos da pandemia de coronavírus no setor imobiliário, conversamos com Álvaro Coelho da Fonseca, presidente da empresa que leva seu nome, em transmissão ao vivo no YouTube nesta segunda-feira.

A empresa atua tanto no segmento primário, com os lançamentos de novos projetos e vendas ainda na planta, quanto no secundário, que abrange a revenda de imóveis usados, locação de imóveis e administração de bens. Segundo o executivo, cada segmento foi afetado de maneira diferente.

O mais impactado foi o primário, conta. Embora as obras não tenham parado durante a quarentena, os pontos de venda tiveram que ser fechados e é neles que os corretores conseguem mostrar de fato o produto para o cliente. 

No secundário, Álvaro conta que nas primeiras semanas de quarentena houve uma diminuição da atividade, mas que mesmo assim todas as negociações em curso se concluíram e, com o passar das semanas, a empresa se adaptou completamente ao trabalho à distância. Já os clientes passaram a ter mais confiança em negociar assinar contratos digitalmente.

Na área de locação, o impacto negativo ocorreu principalmente no setor de imóveis comerciais, com grande aumento na solicitação de descontos e renegociações. Houve aumento na procura de imóveis residenciais, motivado pela necessidade de conforto durante a quarentena. Também houve aumento no número de imóveis disponíveis, devido a um movimento dos donos, que antes visavam apenas a venda mas passaram a considerar o aluguel para aumentar suas receitas. 

Mudanças no mercado imobiliário 

Álvaro conta que houve crescimento na demanda por casas, especialmente em condomínios e ruas fechadas, e também por apartamentos com varandas e terraços. Outro movimento relatado pelo executivo foi o da transformação de casas de campo e de praia em residências mais permanentes. Ele acredita que isso ocorreu porque com a quarentena, as pessoas se atentaram mais à necessidade de conforto, ar puro e espaço. 

No setor comercial, o movimento deve ser contrário, com escritórios menores e maior adesão ao home office. 

No pós-pandemia, o executivo acredita que vai haver mudança na arquitetura dos empreendimentos, com foco maior em privacidade. Cozinhas americanas, salas com espaço para home theater e grandes espaços abertos devem dar lugar para escritórios mais amplos e privados.

Inadimplência

Álvaro explica que o número de inadimplentes foi inferior ao esperado. O executivo conta que a maior parte dos contratos estão sendo cumpridos e que houve aumento recorde na geração de financiamentos imobiliários, assegurando os pagamentos. 

Adaptações na empresa 

Antes da quarentena, o regime de home office não era prática recorrente na empresa e o executivo conta que havia incerteza se sua adoção seria possível. Hoje, a empresa já opera com 100% de suas atividades em home office. 

A utilização de tours virtuais para a demonstração de empreendimentos a distância já era uma ferramenta utilizada pela Coelho da Fonseca, que foi mantida e ampliada. Uma novidade, necessária devido a pandemia, foi a de fazer a visitação dos imóveis utilizando máscaras, luvas e proteção para pés. 

Confira o bate-papo na íntegra.