A força do e-commerce durante a pandemia vem sendo um dos principais destaques do mercado em 2020. Essa história ganhou mais um capítulo com a divulgação dos resultados do Magazine Luiza (MGLU3) no segundo trimestre.

Apesar do prejuízo ajustado de R$ 62,2 milhões, a varejista reportou que suas vendas totais cresceram quase 50% ante o mesmo período de 2019, chegando a R$ 8,6 bilhões. Com esse desempenho, a empresa atingiu a liderança do setor de abril a junho, ultrapassando a Via Varejo. O feito é inédito na história do Magazine Luiza, iniciada há mais de 60 anos no interior de São Paulo.

Das mais de mil lojas físicas da companhia, cerca de duas em cada três ficaram fechadas no segundo trimestre em média. Nesse contexto, praticamente 80% das vendas vieram do e-commerce, que teve expressivo aumento de 182%, mais do dobro do que foi verificado no mercado brasileiro, segundo a provedora de informações Ebit. Os números foram bem recebidos pelo mercado e os papéis da varejista subiram quase 10% no primeiro pregão após o anúncio dos dados, fechando com cotação recorde.

Para contar sobre o momento da companhia e do setor do varejo, bem como da economia brasileira, o Banco Safra conversou nesta terça-feira, 18, com Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza e um dos principais nomes do mundo corporativo no país.

Ela disse que os resultados também estão se mostrando positivos em julho e agosto, lembrando que a empresa, que se comprometeu a não demitir funcionários durante a pandemia, está conseguindo agora contratar por meio de seleções e treinamentos digitais.

"O consumidor mudou e ele quer saber se você tem um compromisso social com o seu país. As empresas não podem ficar preocupadas apenas com o seu quintal", afirma a empresária, que também preside o Grupo Mulheres do Brasil.

Durante a conversa, ela se posicionou de maneira favorável a uma reforma tributária, desde que não eleve ainda mais a carga de impostos. Luiza Trajano destacou ainda a importância das pequenas e médias empresas para a economia brasileira e dos programas de transferência de renda com foco nos mais vulneráveis. Veja a conversa completa abaixo: