De acordo com a Pnad Contínua, a taxa de desemprego trimestral avançou de 12,2%, em março, para 12,6%, em abril, atingindo 12,8 milhões de brasileiros. O resultado divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira, 28, veio abaixo do esperado pelo mercado (13,4%).

Entretanto, a piora menos acentuada da taxa de desemprego se deve a uma queda bem mais forte da taxa de participação, considerando que a quarentena limita a procura por empregos (o movimento já era esperado, mas superou expectativas).

Nossa equipe de Macroeconomia destaca que, se mantivéssemos a população economicamente ativa no mesmo nível observado em fevereiro, antes das medidas de quarentena (que levaria a uma queda bem menor na taxa de participação), a taxa de desemprego teria sido elevada para 15,9% no mês passado. Quando consideramos os dados dessazonalizados, a taxa se elevou, passando de 11,6% para 12,0%.

Em relação a março, a população ocupada contraiu 3,4%. Analisando esse movimento por tipo de ocupação, observamos uma forte queda nos empregos sem carteira assinada, mas também vemos retração no emprego com carteira. Por outro lado, o emprego no setor público apresentou elevação.

Os rendimentos nominais, por sua vez, se elevaram. Contudo, essa elevação se deve principalmente ao fato de que boa parte das pessoas que estão entrando no mercado de trabalho ou que continuam estáveis em seu emprego possuem capacidade de, por exemplo, fazer home office e, logo, trabalham em empregos mais qualificados e melhor remunerados.

Consequentemente, o salário médio se elevou principalmente devido a um aumento na desigualdade do mercado de trabalho. Já a massa salarial mostrou forte contração.