O IBGE divulgou nesta quarta-feira, 30, a Pnad Contínua, com os dados oficiais do mercado de trabalho no país. A taxa de desemprego nos três meses até julho foi de 13,8%, em linha com a projeção do nosso time de Macroeconomia (13,7%) e com a mediana do mercado (13,7%).
Após ajuste sazonal, nossos especialistas destacam que o desemprego ficou em 13,7% em julho, ante 13,1% registrado em junho. Apesar do resultado em linha com as estimativas, nossa equipe não esperava uma queda adicional da ocupação, que foi compensada pela menor taxa de participação, indicador que mede a proporção da força de trabalho em relação à população em idade de trabalhar.
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A taxa de participação caiu para 54,7%, minimizando o impacto no desemprego. Caso ela estivesse na média histórica (61,5%), a taxa de desemprego seria de 23,2% na série ajustada sazonalmente, o maior nível já registrado. Outro número que evidencia a situação delicada do mercado de trabalho é a taxa de subutilização, que atingiu o nível de 30,1% ante 29,1% registrado em junho.
Já a população ocupada atingiu 82,2 milhões de pessoas (série ajustada sazonalmente), o menor nível da série iniciada em 2012 e 11,9 milhões a menos do que o observado em fevereiro, antes da crise sanitária atingir o país.
Entre as ocupações destruídas desde fevereiro, aproximadamente 4,1 milhões foram empregos formais e 7,7 milhões de empregos informais. Com a flexibilização das medidas de distanciamento social, nosso time espera que parte dos empregos destruídos possa ser recuperada de maneira relativamente rápida, principalmente no setor informal. Dessa forma, esperamos as próximas divulgações devem apresentar resultados melhores no mercado de trabalho.
A massa salarial caiu 0,3% na variação mensal e 6,6% desde fevereiro, mas o auxílio emergencial tem sido mais do que suficiente para compensar essa queda, de modo que não há, em um primeiro momento, escassez de renda na economia brasileira. Contudo, ao final do programa, esse fator deve ser considerado.