Por quatro vezes seguidas, a Bolsa brasileira ficou entre os melhores investimentos do ano. Desta vez, porém, a sequência de resultados expressivos foi interrompida. Ainda assim, o modesto ganho em 2020 não deve decepcionar os investidores.

Isso porque poucos imaginavam que as perdas registradas no auge da crise do coronavírus seriam apagadas de maneira tão rápida: o Ibovespa, principal índice de ações do país, já subiu 87% desde que fechou a 63,6 mil pontos em março. Com isso, a alta no ano foi de 2,9%.

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Mas vale lembrar que, apesar da pandemia, alguns setores terminaram o ano com fortes ganhos. Exemplos são as ações da Vale e da Suzano, na exportação de commodities, e Magazine Luiza e Via Varejo, no comércio online.

No entanto, em um ambiente de incerteza elevada, as maiores valorizações no ano vieram dos ativos que são considerados um porto seguro. Contra o real, o euro ganhou 41% e o dólar 29%. O ouro, por sua vez, subiu 24%, sem contar o efeito cambial.

Confira abaixo a classificação de 15 grupos de investimentos por retorno em cada um dos últimos seis anos.

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Na renda variável, é possível observar o forte desempenho em 2020 do mercado de ações dos Estados Unidos, onde os papéis de empresas como Tesla, Apple e Amazon lideraram os ganhos.

A alta do S&P 500, índice mais abrangente de grandes companhias americanas, ficou em 16% no ano. Já o Nasdaq, que reflete o setor de tecnologia, avançou mais de 40%.

Na renda fixa, as debêntures indexadas ao IPCA chamaram atenção, graças à melhora do mercado de crédito durante o ano, assim como da maior demanda por proteção contra a inflação. Lembrando que é nesse grupo que estão as debêntures de infraestrutura, que contam com isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas.

No mercado de títulos públicos, houve maior volatilidade nos papéis mais longos indexados à inflação, diante da incerteza em relação às contas públicas. Mas o alívio nas últimas semanas garantiu um resultado positivo no ano.

Já o CDI, referência dos investimentos mais conservadores, ficou bem abaixo da inflação. O retorno inferior a 3% em 2020 não irá recompor o avanço do IPCA no período, que deve ser de mais de 4%.

Isso reforça a importância da diversificação dos investimentos não apenas para aqueles que buscam grandes retornos, mas também para quem pretende preservar o seu poder de compra.

E, como indica o ‘revezamento’ ao longo do tempo dos ativos nas posições da tabela, essa distribuição pode ser otimizada ao incluir, além das classes de ativos, diferentes prazos de investimento e regiões geográficas.