Nos últimos dias ficou claro que a única maneira de conter o crescimento do contágio pelo novo coronavírus é a drástica restrição à movimentação de pessoas. Sendo assim, diversas cidades já optaram pelo fechamento parcial do comércio e algumas empresas já anunciam a paralisação temporária de suas atividades.

Nesse cenário, o crescimento do PIB ficará gravemente comprometido. Por conta dessa situação, nosso time de Macroeconomia diminuiu a projeção para o PIB de 2020 de um crescimento de 1,6% para recuo de 0,3% em relação ao ano anterior.

 

A drástica redução da atividade econômica resultará em uma variação ainda menor da inflação. Assim, a equipe cortou a projeção para o IPCA em 2020 de 3,0% para 2,5%. A menor inércia inflacionária deste ano também fez com que reduzíssemos a perspectiva para o IPCA em 2021, de 3,6% para 3,5%.

A taxa de câmbio deve continuar bastante pressionada, considerando as incertezas do cenário global e a atuação modesta do Banco Central na venda de reservas. Contudo, nossa equipe de Macroeconomia ainda espera alguma devolução da depreciação ao final do ano, com o dólar fechando 2020 a R$ 4,50.

Nesse cenário, a taxa Selic deve permanecer estável em 3,50% até o final de 2021, considerando que o hiato do produto (nível de ociosidade) deve se fechar apenas em 2023, de acordo com as novas estimativas para a economia doméstica.