Nesta segunda-feira, 27, voltamos a falar com um especialista em saúde sobre a pandemia de coronavírus. Desta vez, convidamos Leandro Reis, vice-presidente médico da Rede D’Or São Luiz, para falar sobre a evolução da doença no Brasil.

O ex-diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ressaltou a importância de seguir os parâmetros científicos antes de criar protocolos nacionais para a utilização de um medicamento, para garantir segurança aos pacientes.

O médico explicou que ainda não há estudos conclusivos sobre o efeito de medicamentos para o tratamento do coronavírus, apenas pequenos estudos indicativos. Todavia, isso não impede que a equipe médica sugira a utilização de algum composto que se mostre promissor, desde que explicados os riscos e benefícios para o paciente, afirma. 

Vacina

O médico explica que as pesquisas para criar vacinas nunca foram tão rápidas quanto atualmente, diminuindo seu tempo para cerca de um ano, ante a média anterior de cinco a dez anos. Reis acredita que não há perspectiva da vacina estar pronta antes do final do ano, mas ressalta esperar estar errado, já que a vacina é a ferramenta mais efetiva de combate a doença.

O médico também acredita na importância de regionalizar as políticas de enfrentamento, visto a vastidão territorial brasileira e a grande heterogeneidade de cada região do país, principalmente na quantidade de insumos hospitalares disponíveis, níveis socioeconômicos e nas diferentes curvas de crescimento da doença.

Para Reis, o isolamento, enfrentamento, testagem, internação e o diálogo com a população devem ser pensados de maneira personalizada para os desafios enfrentados em cada região. Ferramentas nacionais não vão ter a efetividade necessária para enfrentar um vírus que se comporta de modo diferente e está em estágios diversos no país.

Estratégias de enfrentamento 

Reis diz que são necessárias pesquisas epidemiológicas e populacionais para certificar quais são as variáveis e os determinantes das estratégias de enfrentamento. Ele explica que temos dados objetivos mostrando que, até o momento, os países que conseguiram desfechos melhores adotaram medidas mais intensas de isolamento, testaram em massa sua população e tinham alta concentração de leitos por habitantes. 

Para saber sobre os desafios enfrentados pela Rede D’Or, confira a entrevista completa no vídeo abaixo.