Os mercados tiveram mais um dia de firme correção, ainda sob a influência do aumento de juros previsto nos Estados Unidos.

Com o tom mais duro adotado pelo Fed, as taxas dos títulos do Tesouro americano vêm subindo fortemente, o que afeta os preços dos outros ativos.

O prefixado com prazo de dez anos, por exemplo, que é referência nesse mercado, chegou a ser negociado ontem com rendimento de 1,8%, o maior nível em dois anos.

Uma das consequências desse movimento é a desvalorização vista nas bolsas americanas, sobretudo no setor de tecnologia, que normalmente sofre um desconto maior com a abertura das curvas de juros.

Aqui no Brasil, as projeções para o PIB de 2022 reunidas no Relatório Focus recuaram pela terceira semana consecutiva, e a mediana passou a ficar abaixo de 0,3%. Além disso, a previsão para a Selic ao fim deste ano subiu de 11,5% para 11,75%.

Em Brasília, foi sancionada, com vetos, a lei que cria o programa BR do Mar. O objetivo é melhorar a competitividade da navegação de cabotagem no país, ao flexibilizar regras para o aluguel de embarcações.

Na agenda de hoje, o destaque doméstico é a leitura do IPCA em dezembro. No mês anterior, o ritmo da inflação na margem foi mais moderado, mas ainda assim o índice acumulou alta de 10,7% em 12 meses, a maior variação desde 2003.

O Safra estima que esse tenha sido o topo nessa base de comparação, esperando que o IBGE mostre hoje uma nova desaceleração, para cerca de 0,7% no mês.

Já nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, passa por audiência no Senado para sua recondução ao cargo.

O evento será monitorado com atenção pelos investidores, em busca de novas informações sobre o ritmo do aperto monetário sinalizado pela instituição.

O Safra passou a projetar, no seu último relatório de macroeconomia, quatro aumentos de 0,25 ponto porcentual nos juros de referência do país em 2022, um ciclo que deve ser iniciado a partir de março.