Ontem tivemos mais um dia de oscilações muito próximas da estabilidade para a Bolsa e de forte queda para o dólar, que vem reagindo a uma combinação de fatores, como a maior probabilidade de andamento das reformas e a percepção de melhora no ambiente político.

No noticiário internacional, o destaque ficou por conta do acirramento na relação entre Estados Unidos e China. O governo americano decidiu fechar o consulado chinês em Houston, no Texas, com a justificativa de proteção à propriedade intelectual.

Veja os comentários da nossa estrategista de investimentos Tatiana Gomes:

Esse é mais um capítulo do conflito entre os dois países, que desde o ano passado protagonizam diversos episódios de uma guerra comercial. A China prometeu retaliações caso o governo americano não recue de sua decisão.

Otimismo com vacinas

Mesmo assim, o principal índice de ações nos Estados Unidos, o S&P 500, encerrou com ganhos e já acumula alta de pouco mais de 1% no ano.

Apesar das notícias entre China e Estados Unidos, os investidores também colocam na balança um acordo de quase US$ 2 bilhões entre o governo americano e as farmacêuticas Pfizer e BioNTech. Pelo acordo, elas irão produzir 100 milhões de vacinas contra o coronavírus.

Recuperação em 'V'

No Brasil, seguimos com sinais de uma redução no pessimismo. Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse em entrevista ao jornal Valor Econômico que estamos no início de uma retomada em “V”, ou seja, em um período de recuperação após uma forte queda na atividade.

Ele ainda complementou que a atual projeção do BC, de queda de 6,4% do PIB no ano, é pessimista e o viés é para alta. Já o Ministério da Economia atualizou sua projeção para as contas públicas, passando a prever um rombo próximo a R$ 800 bilhões.

Esse número negativo é explicado tanto pela queda na arrecadação quanto pelos gastos adicionais que foram necessários para combater a crise do novo coronavírus, em medidas como o auxílio-emergencial, por exemplo.