Em meio à forte volatilidade dos preços do petróleo, tivemos uma nova semana de cautela nos mercados, com o Ibovespa e o S&P 500 acumulando recuo de mais de 2% no período.

A exceção ficou por conta dos índices europeus, que conseguiram recuperar uma parte das perdas com a guerra na Ucrânia.

Mas a perspectiva segue de um mercado sensível aos impactos do conflito, com especial preocupação para a inflação ao redor do mundo.

Aqui no Brasil, o último pregão foi marcado pelo avanço mais forte do que o esperado do IPCA. O índice acelerou para pouco mais de 1% no mês passado, o maior ritmo para um mês de fevereiro desde 2015.

Entre os principais impactos, os associados à educação já eram esperados, dados os reajustes que costumam ser praticados no começo do ano letivo. No entanto, a inflação de alimentos surpreendeu o Safra.

No final das contas, o IPCA acumulou 10,5% em 12 meses, e a expectativa é que uma moderação seja mais difícil do que se previa há algumas semanas, tendo em vista as novas pressões sobre os preços dos combustíveis.

A agenda da semana que se inicia está recheada de números econômicos e decisões de política monetária com potencial para influenciar os negócios nos próximos dias.

O destaque é a quarta-feira, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos devem anunciar aumentos de juros.

Enquanto a Selic já vem sendo elevada consecutivamente há um ano, a expectativa é que o Fed aumente a taxa básica pela primeira vez desde o final de 2018.

Além disso, também são aguardadas as decisões das autoridades monetárias do Reino Unido e do Japão.

Na frente de indicadores, estão previstos novos dados de produção industrial e vendas de varejo na China e nos Estados Unidos, as duas maiores economias do mundo.

Internamente, a Pnad Contínua trará na reta final da semana novas informações sobre o mercado de trabalho brasileiro.