O prolongamento da guerra na Ucrânia, apesar das novas rodadas de negociação com a Rússia, continuou a pesar sobre os mercados.

O possível embargo dos países às exportações russas levou o petróleo a renovar suas máximas em mais de dez anos, o que alimenta a cautela dos investidores com a inflação global.

Aqui no Brasil, isso ontem se traduziu em uma firme abertura das curvas de juros, um movimento associado à leitura de que o Banco Central poderá ter que levar a Selic a um patamar mais elevado e por mais tempo, com o objetivo de combater o avanço dos preços no país.

Vale lembrar que esse tipo de comportamento dos juros pressionou o mercado de ações ao longo do segundo semestre do ano passado.

Ontem, as principais prejudicadas foram as ações da Gol e da Azul, que também sofreram com as preocupações com os custos das companhias em um ambiente de forte aumento dos combustíveis.

O mesmo ocorreu com as companhias aéreas dos Estados Unidos, como United, Delta e American Airlines.

Já as duas principais empresas da Bolsa brasileira tomaram direções opostas no último pregão.

Apesar do recuo do Ibovespa, a Vale conseguiu mais uma firme alta de mais de 2%, ancorada na expectativa de que a China diminua suas ações para conter os preços do minério de ferro.

Já a Petrobras teve uma queda acentuada pela possível mudança na política de preços da estatal. Os investidores temem que eventuais alterações afetem a rentabilidade da companhia.

Na frente de dados econômicos, o Relatório Focus mostrou o oitavo aumento consecutivo na inflação esperada pelo mercado para 2022. A mediana das expectativas prevê que o IPCA terminará o ano em 5,65%.

Já a projeção para 2023, que passou a ter um peso maior nas decisões do Banco Central, se manteve estável desta vez.