O Ibovespa passou por uma correção na sessão de ontem. O movimento foi desencadeado pela divulgação da Ata do Copom, que mostrou um Banco Central ainda mais disposto a acelerar o aumento da Selic, caso as expectativas de inflação não convirjam para a sua meta.

Vale destacar que o documento também contribuiu para que o dólar fechasse abaixo de R$ 5 pela primeira vez em um ano. A Ata do Copom revelou que um aumento mais forte na taxa básica de juros já foi avaliado na reunião da semana passada, embora a decisão final tenha sido seguir com o ritmo sinalizado nos meses anteriores.

O Safra avalia que o Banco Central tem ampliado o seu campo de ação, mas nossa projeção para a próxima reunião de política monetária continua sendo de elevação de 0,75 ponto porcentual na Selic, que deverá terminar o ano a 6,5%, e ser mantida nesse nível ao longo de 2022.

Outro fator que gerou cautela no mercado ontem foi a suspensão temporária da aplicação da primeira dose de vacinas anti-Covid em algumas capitais brasileiras.

Por outro lado, acompanhamos com otimismo a chegada de 1 milhão e meio de doses da vacina da Johnson & Johnson. Trata-se do primeiro imunizante no país que precisa de apenas uma dose para oferecer uma proteção eficaz contra a doença.

Nos Estados Unidos, o discurso do presidente do banco central americano foi monitorado de perto pelos investidores. Jerome Powell admitiu ontem que o aumento da inflação é significativo, mas reforçou que a alta é temporária e que é preciso paciência para avaliar o comportamento dos preços.

O evento deu ainda mais força aos índices de ações dos Estados Unidos, com destaque para o Nasdaq. O índice de tecnologia subiu 0,8% e fechou em nível recorde.

E na agenda de hoje, os investidores repercutem o resultado preliminar de indicadores de atividade calculados pela Markit. Os dados em foco são relativos ao desempenho no mês de junho das economias do Reino Unido, dos Estados Unidos e da zona do euro.

Também será conhecido hoje o PIB oficial da Argentina no primeiro trimestre. O consenso de mercado prevê crescimento acima de 2% do país, um parceiro tradicional do Brasil no comércio.