Os mercados seguem apresentando um sentimento um pouco mais cauteloso, diante dos riscos da pandemia para a retomada econômica. Ontem, o índice europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,8%, enquanto os índices americanos ficaram perto da estabilidade.

Com o feriado na cidade de São Paulo, não houve sessão ontem na B3, mas os ativos brasileiros negociados nos Estados Unidos registraram baixa, refletindo o movimento de aversão a risco. O destaque negativo foi a Eletrobras, que desabou mais de 10% lá fora, em razão da saída de Wilson Ferreira Júnior da presidência executiva da estatal.

Também monitoramos ontem o resultado da arrecadação federal em dezembro. De acordo com a Receita, foram recolhidos R$ 159 bilhões. O montante superou as projeções dos analistas, sendo o maior valor registrado para um mês de dezembro desde 2013.

Mais dados fiscais importantes serão divulgados ao longo desta semana, e o time de Macroeconomia do Safra destaca que os números devem vir bem mais positivos do que se projetava até pouco tempo atrás. O déficit primário do setor público, por exemplo, deve ter sido de 711 bilhões de reais em 2020, segundo nossos especialistas.

Copom e IPCA-15 de janeiro

A agenda interna traz eventos importantes hoje e merece uma atenção especial. Às 9 horas, sai a prévia da inflação de janeiro. Os economistas do Safra, em linha com o mercado, esperam que o índice desacelere para alta de 0,83%. Uma eventual elevação nos preços muito acima do esperado poderá reforçar as expectativas dos investidores por apertos monetários no país.

Nesse sentido, também estamos atentos à divulgação da Ata do Copom hoje, com mais detalhes sobre a retirada do forward guidance na última reunião do comitê. O movimento foi justificado por preocupações com uma inflação mais forte, aumentando a chance de elevação da Selic já no primeiro semestre de 2021.

Para nossos especialistas, entre os fatores que podem desencadear essa subida de juros está uma possível deterioração fiscal que coloque em risco a credibilidade do teto de gastos.